Manos e Minas apresenta Yannick

O rapper mostrou as faixas do EP “Também Conhecido Como Afro Samurai”

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 O rapper paulistano Yannick participou do programa Manos e Minas (TV Cultura) no último sábado, dia 7 de outubro. Durante o programa, o artista falou sobre as suas influências, estilo de vida e, claro, cantou algumas faixas do EP “Também Conhecido Como Afro Samurai”.

Para abrir o programa, Yannick escolheu a faixa “A Maldição da Bandana”. Na sequência, apresentou “Afro Vs Justice” e “Luto por você”, faixa que na concepção original conta com a participação de Paula Malvar (Vó Tereza).

Em seguida, cantou “Jinno” e “Também Conhecido Como Afro Samurai Remix”, dividindo o palco com Dieguito Reis (Vivendo do Ócio) e Petrus MC. Para encerrar, a faixa escolhida foi “Ressurreição”, que contou com a participação ao vivo dos irmãos Raony e Keops (Medulla).

Como é de costume no programa, todas as músicas tiveram o apoio do Projetonave. Veja o programa completo aqui

Manos e Minas está no ar há mais de 20 anos e é considerado o principal programa dedicado à cultura hip hop no Brasil. Atualmente, é apresentado por Roberta Estrela D’Alva.

Programa de entrevistas Rima Dela lança sua primeira Cypher

Com realização do coletivo Soul di Rua,  o Rima Dela emplaca hoje, 16 de outubro, a primeira edição  da “Cypher Rima Dela”.
O projeto traz mulheres MCs de diferentes estilos e discursos, com o objetivo de potencializar a participação das mestres de cerimônia em projetos audiovisuais na cena do Rap e questionar a evidente participação em números desiguais de homens e mulheres nos últimos lançamentos que trazem o formato de Cypher.
Idealizado pela produtora e publicitária Rebecca Vilaça, o Rima Dela está no ar desde 2015 e já entrevistou mais de 15 mulheres, entre elas a dupla Oshun, Clara Lima, Luana Hansen, Lívia Cruz, Issa Paz,Sara Donato, Áurea Semiséria e muito mais. O programa sempre priorizou a representatividade e a fala dessas artistas por meio de entrevistas e agora ampliou para esta nova aposta.
Nesta primeira edição o projeto conta com 9 MCs que são: Clara Lima, Issa Paz, Sara Donato, Brisa Flow, Alt Niss, Tati Botelho, AliNega, Anarka e Bia D’oxum. A produção é do beatmaker LR Beats, que fez com exclusividade para a Cypher, mixagem e masterização foi feita pelo produtor Canela.
A gravação foi no espaço Casa Amarela em São Paulo, com direção geral de Rebecca Vilaça, direção de voz Daniel Cassiano (Dcazz) e direção de filmagem e fotografia de Karú Martins.
Confira

Ouça o single de estreia de Mud e Plano B em seu novo projeto

Com uma boa química para desenvolver músicas os mc’s Mud e Plano B resolveram fazer um projeto fora do coletivo Hó Mon Tchain, na qual eles fazem parte. Com isso nasceu o primeiro single desse trampo, “Hattori Hanzo”.

O projeto irá se chamar Mud+Plano B = MUDe seus PLANOs e ano que vem já tem previsão de lançamento de álbum!

“A ideia do som partiu de uma brisa minha num momento de ego puro falando que minhas batidas era como espada Hanzo então só quem é digno poderia cantar em cima.  O (mc) Plano ficou me chapando e algumas semanas depois me veio com a ideia do som, meio que a gente ta insinuando que ‘estamos afiados e poucas ideias tipo as espada Hanzo de kill bill’.”, explica Mud.

O Hó Mon Tchain é um coletivo de hip-hop fundado em meados de 2009 na zona leste de São Paulo, também são conhecidos como “HMT”. O grupo já vem conquistando seu espaço através de um trabalho criativo, independente e totalmente autoral. Composto por seis integrantes, o grupo traz na bagagem dois álbuns: Ascensão e Assim Que Nóis Trabalha. O último trabalho do grupo foi o cypher “Hora Extra”.

 

A geração que cresceu ouvindo “Diário de um Detento”

“São Paulo, dia 1º de outubro de 1992, 8h da manhã”

Se não vier um sininho sinistro na sua cabeça e você não souber completar a próxima frase volte pelo menos uns 20 anos no rap nacional.

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Posso afirmar, sem sombra de dúvidas, que essa é uma das letras mais geniais da música brasileira. Além de ser uma denúncia de um dos episódios mais sangrentos do sistema carcerário, que mesmo após 25 anos os responsáveis seguem impune, ela expõe em alto e bom som (papel fundamental do rap) a realidade. Geralmente quando alguém me pede alguma sugestão de rap nacional da velha escola eu sempre indico Diário de um Detento.

Todo dia 2 de outubro, desde que descobri essa música, é um dia de reflexão. Depois que comecei a ler mais sobre o massacre e ouvir outras histórias, a cada ano meu acervo de informações sobre o Carandiru fica maior. Gosto de pensar que cada jornalista tem um “caso especial” com algum evento na história brasileira. O meu foi o 2 de outubro de 1992. Por escrever sobre rap e estar imersa nessa cultura de diferentes formas a clássica música dos Racionais Mc’s cumprem o papel de dar voz a todos os excluídos e presidiários estão inseridos nessa conta.

Foram 111 mortos (pelas contas “oficiais”), esse número ecoa na minha cabeça toda vez que eu leio qualquer matéria ou notícia sobre o assunto. Me incomoda tanto quanto aquele beat constante da música. Me incomoda da mesma forma de saber que um som de 8 minutos não tem refrão e é uma narrativa de um cotidiano. Desde que comecei a ouvir a música a cada ano eu entendo ou descubro o significado de uma linha diferente.

O que incomoda é saber que diante dessa barbárie as chacinas não diminuíram e a impunidade ainda se mantém. Que o pensamento das pessoas ainda continua o mesmo “bandido bom é bandido morto”. Podemos dizer que o que teve início no Pavilhão 9 ainda ecoa. Não tivemos nenhuma lei ou mudança no sistema carcerário que tenha mudado significativamente, pelo contrário, estamos nadando contra a maré de países desenvolvidos para poder diminuir a maioridade penal.

O que Brown cantou diretamente do diário de Jocenir virou um mártir. Não sei se o que me levou para o jornalismo foi a vontade de mudar o mundo ou a vontade de denunciar tudo aquilo que eu cresci vendo. Não sou mc, mas hoje uso minhas palavras para fazer essa denúncia. Cresci ouvindo o álbum Sobrevivendo no Inferno e sei da importância que ele teve para minha formação como pessoa. Obrigada Racionais Mc’s! 

O Rap em Movimento reuniu o depoimentos que falam de como se sentiram ao ouvir esse som pela primeira vez e o que sentem ainda. São Jornalistas, Mc’s… pessoas comuns:

A primeira vez que ouvi Diário de um Detento eu tinha uns 8 a 9 anos. Com 10 pra 11 eu sabia a letra de trás pra frente. Mas eu não entendia o que ela significava.Quando eu tinha 11, quase 12 anos, fui ao cinema assistir ao lançamento do filme “Carandiru” e então tive aquele momento “mind-blow” em que tudo fazia sentido.A poesia contida nessa música começou a me incomodar. E toda vez que eu ouvia a música minha mente ficava cheia de imagens do filme. “Também em 2002 aconteceu na TV uma onda de “reportagens especiais” sobre o massacre, por conta dos 10 anos do mesmo. E as imagens se somavam na minha cabeça, me deixando cada vez mais perturbado ao ouvir o som.

Confesso que por alguns anos eu preferia nem ouvir a música… Quando eu tinha uns 15 eu peguei emprestado o livro “Estação Carandiru”, do Drauzio Varella, e nele me atentei mais aos relatos do cotidiano da cadeia e histórias dos personagens do que no fato do massacre em si. Isso me trouxe outra ótica da música. Passei a prestar mais atenção no que vinha entre Aqui estou mais um dia…. e “dois a dois considerados passaram a discutir”… e menos atenção ao final… E redescobri a poesia novamente de outra forma. Voltei a gostar da música. Parou de me incomodar tanto.

Foi uma música que, junto com outras do grupo Detentos do Rap, escancarou a realidade do sistema carcerário, que ainda é precária pra caralho, mas antes era tudo por baixo dos panos. Poderia ficar horas falando sobre as reflexões que essa poesia me trouxe…Mas quem vai acreditar no meu depoimento?” João Augusto a.k.a Mamutti 011, Mc

“O banco de trás de um chevette tubarão. Qualquer data entre fim de 1999 e primeira metade de 2000. Foi assim a primeira vez que ouvi Racionais e, coincidência ou não, Diário de um Detento. O namorado da minha tia sempre escolhia com muita calma os CDs que colocava perto da gente, coisa leve, mas não sei como nesse dia acabou caindo pro rap. Foi impressionante. Aquilo ficou girando na minha cabeça por muito tempo e eu passei dias com a música entalada na garganta, ou pelo menos os recortes dela que eu lembrava. Segui escutando, um pouco mais velho e com a feliz chegada da internet banda larga em 05/06, mas a verdadeira mudança de perspectiva veio pra mim no fim de 2012, quando mudei pra Zona Norte.

Passar pela sombra do Carandiru todos os dias, olhar o espaço enorme que costumava abrigar a casa de detenção no meio da cidade diariamente é sufocante. Se o papel da arte é transmitir vivência e sensações, é impossível pensar num exemplo que fez isso tão bem quanto Diário de um Detento. O desamparo, o medo, o fatídico fim, cada rima expõe o cotidiano e a loucura que os moradores do Carandiru viveram. Dá pra escutar uma, duas, dez, cem ou mil vezes. O impacto permanece. A dor é viva. A gente não esquece. Não perdoa.” Pedro Catarino, Jornalista

Confira as outras matérias que fizemos em especial a esse álbum icônico:

20 anos de “Sobrevivendo no Inferno”

Rapaz Comum 

 

Tássia Reis apresenta a marca de roupas “XIU” com música e clipe inéditos

XIU! ” têm o intuito de promover o lançamento de sua marca de roupas que leva o mesmo nome!

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Foto: Gabryel Sampaio

“Escute o que vou lhe dizer, você pode até fingir que não vê. Mas onde ‘cê’ olhar eu vou estar. Eu vou estar, eu vou estar… Então, xiu!”. 

O trecho forte que inicia a nova canção de Tássia Reis já mostra ao que veio: dar voz e empoderamento às pessoas que são silenciadas pela sociedade, mas que resistem ao longo da história, contrariando os esforços de quem insiste em invisibilizá-las. “A ideia foi falar sobre ambição e o sentimento de querer mais do que é imposto pra quem é desfavorecido, e  acima de tudo, fala sobre como somos julgados quando transgredimos esse protocolo”, explica a cantora.

Produzida por Bruce Slim – mais conhecido como Slim Rimografia –, “XIU!” tem a mix e a master assinada por Luis Lopes e foi gravado no estúdio Flapc4, no centro de São Paulo. “Nossa parceria foi muito natural, essa batida foi a primeira que mostrei pra ela. Quando eu vi o esboço da faixa, fiquei fascinado por esse casamento que é bastante poético e melódico, mas não perde o lado contundente e crítico”, afirma.

O clipe gravado no Estúdio Lâmina (SP), traz a cantora vestindo peças ousadas e que enaltecem seu estilo. Trata-se de outro lançamento: sua marca de roupas própria. Também intitulada como “XIU! ”, ela nasce com 8 looks, a princípio, que unem o conforto e liberdade, sem abrir mão da lacração e do close. “Eu quis fazer uma roupa que eu gostaria de usar, assim como eu faço uma música que eu gostaria de ouvir”, completa a cantora.

A ideia é um sonho antigo e veio em 2012, juntamente com sua amiga Talita Freitas. Aos 20 anos, quando saiu de Jacareí, interior de São Paulo, para cursar Design de Moda na Capital, Tássia Reis nem podia imaginar como seria sua vida 5 anos depois.

 

Assista aqui: 

Pusha T vem para o Brasil na primeira edição do Maze Fest

Com outros importantes nomes como Jeff Staple e Shepard Fairey, primeira edição do festival reúne música, skate, arte, sneakers e talks em nove horas de evento na Audio Club

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A Maze, uma das maiores e mais conceituadas lojas de moda e acessórios streetwear do Brasil, anuncia a primeira edição do Maze Fest, evento que incentiva a interação entre jovens e criatividade e inspira através do universo da cultura urbana. O festival, que será realizado na Audio Club, no dia 18 de novembro, conta com atrações especiais como exposições, campeonato de skate, fotos e show do rapper americano Pusha T, colaborador de Kanye West e Pharrell Williams, que se apresenta pela primeira vez no Brasil.

O evento oferece palestras e workshops sobre o mercado brasileiro de streetwear, com destaque para os talks com Jeff Staple, fundador da Staple Design, agência criativa de comunicação visual com sede em Nova York.

O artista urbano contemporâneo, designer gráfico, ativista e ilustrador norte-americano Shepard Fairey assina exposição, prints e fotos inéditos no Brasil. Outro destaque do festival é campeonato de skate em formato inédito.

Uma pop up store da Maze com produtos e lançamento exclusivos, além de uma área arcade e food park para os frequentadores completam o evento. Os ingressos já estão à venda na Ticket360 e na bilheteria da Audio.

MAZE FEST @AUDIO CLUB
18 de novembro, das 14h às 23h.
Av. Francisco Matarazzo, 694 – Água Branca, SP
www.ticket360.com.br
Informações: Sac@audiosp.com.br
fone: 3862-8279

Poetas Ambulantes completam 5 anos de poesia no transporte coletivo

Novo repertório e espetáculo é apresentado no Sesc 24 de maio às quartas e quintas-feiras

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Foto Divulgação: Poetas Ambulantes

Sem palco e sem microfone, os Poetas Ambulantes realizam uma série de intervenções poéticas gratuitas às quartas e quintas-feiras no Sesc 24 de maio. Inspirados nos vendedores ambulantes que atuam nos transportes públicos, comercializando diferentes produtos, o grupo composto por seis poetas distribui poesias e celebra cinco anos de atuação na capital paulista com um novo espetáculo e repertório.  As apresentações começaram na quarta-feira e ocorrem também nesta quinta-feira (21), e nos dias 27 e 28 de setembro e 04 e 05 de outubro.

Apostando na informalidade e na interatividade, os poetas disparam os textos entre as pessoas, distribuem poesias impressas e sem roda e declamam versos que discutem sobre política, feminismo, amor, fé e humor e contam com a energia do público, que influencia o ritmo do sarau ambulante.

Sob a direção do poeta e ator Beto Belinatti o coletivo composto por Mel Duarte, Carol Peixoto, Jefferson Santana, Mari Staphanato e Thiago Peixoto traz textos autorais e de outros autores (clássicos e contemporâneos), explorando as possibilidades da linguagem poética, com uma nova roupagem para as apresentações, trabalhando repertórios reconstruídos e divididos em temas.

Com textos de Daniel Minchoni, Miró da Muribeca, Racionais, Adoniran Barbosa, Marcelino Freire, entre outros, além de autorais, o repertório Essepê traduz a cidade de São Paulo, com todos seus amores e desamores, reproduzindo o caos e as causas que vivem nela. Com Respeita as Minas o grupo propõe um momento de reflexão em torno do universo feminino, falando de feminismo e discutindo sobre machismo, com textos autorais e de outras autoras e autores, como Elisa Lucinda, Alice Ruiz, Anelis Assumpção, Itamar Assumpção, etc.

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Serviço
O quê:
 Poetas Ambulantes
Quando: 21, 27, 28 de setembro / 04 e 05 de outubro às 14h
Onde: Sesc 24 de maio
Endereço: R. 24 de Maio, 109 – República, São Paulo
Quanto: gratuito
Informações: https://www.facebook.com/PoetasAmbulantes/

HQ’s cantadas de Rodrigo OGI

Uma das coisas que mais me chama atenção nas obras que mais gosto da nona arte, é a forma como as histórias e os personagens, que muitas vezes podem soar não muito convencionais em outros meios, como cinema, livros, séries… Conseguem ter uma narrativa tão rica e cheia de possibilidades.

Muitas ótimas HQ’s tem personagens que parecem ser um tanto fora de contexto dentro do universo em que se passa a história, mas que casam com maestria com o decorrer da mesma. Exemplos disso são:

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Ezekiel em The Walking Dead, o líder de um lugar chamado “O Reino”, com um tigre como animal de estimação. Na mesma história vemos um homem que é chamado de Jesus e luta kung fu.
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Cassidy de Preacher, um personagem que parece ser um homem comum em um universo comum se revela sem qualquer aviso prévio ser um vampiro. Na mesma história temos um adolescente com a cara deformada, que é chamado de “Cara de Cú”.
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Sangrecco da brasileira Mesmo Delivery, um homem que trabalha em uma “empresa de transportes” para o diabo e faz cover do Elvis, não aparenta, mas é melhor na faca do que o Peter Coyote brasileiro.

Obviamente existem muitos outros personagens com essa características em muitas outras HQ’s, mas a questão aqui é que existe um rapper tupiniquim que consegue fazer esse tipo de coisa de forma magistral em suas músicas, o cronista da cidade cinza Rodrigo OGI.

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OGI procurando umas HQ’s no sebo, no programa Estamos Vivos com KL Jay, clique aqui para assistir o programa, mas termina de ler o texto antes.

O vovô OGI já disse mais uma vez em entrevistas que é um grande fã da nona arte, consequentemente a sua obra seria influenciada por isso, abaixo listo algumas (não todas) músicas dele com esse perfil que constroem sua “Gotham Sampa”, com personagens ou situações caricatas.

1 – Zé Medalha

Zé Medalha é um ótimo nome para uma história roteirizada por Garth Ennis, Mark Millar ou Brian Azarello, seja próprio ou mesmo um apelido para um chefe de gangue.

Na música ouvimos a narração de uma luta entre Rodrigo OGI e Zé Medalha, de uma forma onde o cronista cita os objetos usados na treta, e as referências para mostrar como ocorreu a luta.

Me faz lembrar de uma briga na história “Y – The Last Man”, onde a vilã Toyota narra cada movimento feito por ela e de sua oponente na briga, sempre falando dos movimentos, armas e brincando com referências japonesas para dizer que é melhor no mano a mano contra uma americana.

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Y – The Last Man | Volume 8 – Dragões de Kimono

2 – Minha Sorte Mudou  | 3 – Ponto Final

Em Minha Sorte Mudou e Ponto Final fiquei lembrando das HQs do Will Eisner, que mostrava de forma muito bem detalhada como era a vida dos lugares que se passavam suas histórias. Você pode observar um bairro comum de periferia ouvindo essa música, da mesma forma que pode ver de forma palpável como era a vida nas periferias de Nova York lendo “Um Contrato com Deus”.

4 – Escalada

Em Escalada, o que me chamou a atenção foi como OGI mostra a imagem com palavras de como é o personagem central da música:

José Carlos magricelo, tinha um terno amarelo
Dirigia uma Belina cor de caramelo carabina
Seu aspecto era de um hemofílico, crônico

Um cara um tanto quanto “fora dos padrões”, a não ser que seja comum o corretor imobiliário ter esse perfil.

A forma que o abismo é narrada na música me faz lembrar a HQ da Vertigo, A Casa do Fim do Mundo, onde ao olhar para baixo, o personagem pode ser surpreendido a qualquer momento por um monstro criado por ele mesmo.

5 – Trilogia Trindade

Em Trindade (que é dividida em três partes), Rodrigo OGI mais parece um personagem central de algum conto de Sin City, de rolê na cidade fria e falando dos perigos da noite na metrópole.

Ele consegue deixar nas três partes juntas bem palpável a ideia de como a cidade consegue ser densa, fria, colorida, alegre e doida ao mesmo tempo, bem como nas páginas da HQ de Frank Miller.

Destaque para a comparação do barman e do policial Delfin. Na parte três, é genial a forma como ele descreve o devaneio do personagem chegando em casa e se “conectando ao mundo das crianças”, (bem como Dwight McCarty fazendo analogia ao monstro em A Dama Fatal), e logo em seguida indo “lutar” ao estilo Street Fighter para pegar uma mina.

Salcity – conheça o documentário que fala sobre a cena do rap em Salvador

O curta tem participações de Baco Exu do Blues, Cintia Savoli, Contenção 33, Vandal, entre outros artistas e produtores

 A produtora de conteúdo Marra lança o documentário “Salcity – Rap de Salvador 071”, produzido por Bruno Zambelli(BA), Carlos do Complexo(RJ), Douglas da Nóbrega(SP), Leandro Lima(BA) e Rodrigo Caetano(SP). Com grandes participações da nova e da antiga geração de artistas como Baco Exu do Blues, DoisAs, Contenção 33, Vandal, Cintia Savoli, Galf (Ugangue), Diego 157, Mobbiu (ex-Versu2), Dimak, Dj Leandro Vitrola e Opanijé. 

O filme fala como a conexão entre a guerra de facções que acontece no estado da Bahia, o racismo sistêmico e a falta de representatividade negra na política tornaram o rap de Salvador mais agressivo. Abordando temas que vão da falta de interesse dos admiradores do estilo musical, da desvalorização dos contratantes de shows e da falta de atenção da mídia até a produção da música “Sulicídio” de Baco e Diomedes. Que transformou a visão do futuro de muitas pessoas que estão na resistência faz muito tempo ali e provocando uma grande onda de xenofobia de opositores.

​O processo de produção contou só com o dinheiro da condução, o apoio de muitas pessoas e apenas uma semana de gravação. O principal intuito é deixar um registro para as gerações futuras.

Confira aqui o documentário completo:

Essa história começou assim:

Em setembro de 2016 Douglas da Nóbrega pegou o dinheiro que juntou com freelas, arrumou uma câmera emprestada e foi do Grajaú (SP) para Salvador (BA) com seu parceiro Leandro. Seu amigo apresentou Dimak, um mestre em graffiti e rap do hip hop de Salvador, que contou diversas histórias do começo do hip hop na cidade e do que estava rolando na cena atual. No momento Sulicídio causava uma grande repercussão e ainda nenhum rapper tinha respondido a música. Todos ficaram frustados que muita gente não entendia o que eles estavam querendo falar e os problemas que passavam lá. Então Leandro e Douglas resolveram documentar o que estava acontecendo no rap de Salvador naquele período com pontes feitas por Dimak.

 

18 anos de “Murda Muzik”, o quarto albúm do duo Mobb Deep.

Há 18 anos atrás, em 17 de Agosto de 1999 o duo Mobb Deep cuspia fogo com mais um clássico nas ruas. Intitulado “Murda Muzik” era o quarto disco e estúdio do grupo, que daria vida aos hits Ïts Mine” com participação do Nas, “Let A Ho Be A Ho”, “Spread Love” “Whats Ya Poison” e um dos maiores clássicos do grupo, “Quiet Storm”.

O disco foi praticamente todo produzido pelo Havoc, com participação também de The Alchemist, Epitome Shamello Buddah, Jonathan Williams e T-Mix nas batidas. As rimas ficaram por conta também de Havoc, Prodigy (esteja em paz, negão!), participações de Nas, Cormega, Big Noyd, Kool G Rap, Lil Kim e Raekwon.

O disco atingiu #3 nas paradas da Billboard 200, #2 no Top R&B/Hip Hop Albums e #6 no Top Canadian Albums.

É, pra mim, o segundo melhor trabalho do grupo, o que mostra a era de ouro da dupla do Queens na década de 90. Sujo, violento, marca registrada de uma das maiores duplas da história do Hip-Hop.

Quem não conhece, dê um play com atenção aqui em baixo.

Quem conhece, qual o teu som favorito?

#RIPProdigy

https://www.youtube.com/watch?v=fNo_U9_38-0