O ano de 2016 foi muito bom pra cena Hip-Hop, muitos lançamentos de qualidade invejável, artistas mostrando cada vez mais que se importam em entregar um trabalho bem estruturado para o público e artistas lado B tendo cada vez mais visibilidade.
Houveram coisas ruins também, foi ruim de aturar (ra ra ra) pessoas que vivem a cultura no dia a dia não conseguirem, ou sequer fazerem esforço, pra entender a diferença entre crítica e ataque, sem perceber que isso inflamava um público que acompanha Rap pelo Mc e não pela cultura. Mas enfim, que o ano que 2017 seja melhor em qualquer aspecto, e que pra cada MC que se cresce demais surjam cinco ao estilo Neto do Síntese.
Aqui vão (na minha humilde opinião) os cinco melhores discos de 2016. O que mais gosto, não só no Rap mas em qualquer estilo musical, é uma lírica rica, então segui nessa linha pra escolher os melhores.
Sabotage – Sabotage
Acredito que no andamento das coisas dentro do Hip-Hop em 2016, esse disco foi extremamente necessário, pois trouxe a tona mais uma vez que Rap bom de verdade é feito com poesia rica, respeito e visão. Impossível não ouvir Sabotage e não dizer que ele foi um dos artistas mais atemporais do Brasil.
Pra não me prolongar demais, deixo aqui o texto que escrevi sobre o melhor disco de 2016.
Você pode ouvir o disco do Sabota clicando aqui.
Síntese – Trilha para o Desencanto da Ilusão, Vol. 1: Amém
Síntese deixou de ser revelação a muito tempo, fico triste de ver que muita gente não dá atenção pra sua obra. Nesse álbum ele seguiu na mesma linha de colocar uma poesia profunda com voz forte, e criando músicas que você realmente para pra ouvir, tentando entender cada linha, verso e metáfora.
Ele deixa bem claro na sua obra que seu repertório é riquíssimo, e que nenhum assunto do cotidiano passa despercebido por ele, a diferença do Neto para vários outros Mc´s, é que ele te faz pensar (e muito), nunca diz o que quer de forma clara, mas ainda sim o papo é sempre reto.
Clique aqui para ouvir o disco do Síntese.
Kendrick Lamar – Untitled Unmastered
Pra quem curte muito o som do Kendrick Lamar, foi muito foda poder ouvir um disco na mesma pegada de “To Pimp a Butterfly”, como ele mesmo disse, esse EP foi uma coletânea de sons que por algum motivo não entraram no álbum de 2015.
Seguindo na mesma linha de misturar ritmos como Jazz e Funk (até samba ele gravou), esse foi mais um disco genial do K-Dot, ouvindo ele você até entende o porque de se fazer tanta questão de lançar músicas que ficaram de fora do disco anterior.
Para ouvir o Untitled Unmastered, é só clicar aqui.
Anderson .Paak – Malibu
A capa de Malibu já desperta curiosidade se você parar pra ficar olhando mais de dez segundos, já te dá um prelúdio do que é o disco, uma mistura feita com maestria entre diversos ritmos e variação no estilo de escrita.
O próprio artista disse ter como inspiração para o disco diversos artistas, desde Kendrick Lamar até Eric Roberson. Já dá pra ver que o disco não fica na mesmice, e as participações elevam ainda mais a obra, tem Rapsody, The Game e Talib Kweli, sobram motivos para ouvir Malibu.
Para ouvir essa obra de Anderson .Paak, é só clicar aqui.
Rapsody – Crown
Conheci a Rapsody pela participação no disco do Kendrick Lamar, já gostei dela desde então, quando ouvi Crown me arrependi de não ter corrido atrás do seu trabalho meses antes, porque essa mulher sabe fazer música de qualidade.
A Rapsody consegue deixar o som com roupagem atual mas ainda sim faz você sentir aquela pegada Golden Era nas músicas, a voz dela com as produções do 9th Wonder é o casamento perfeito, com certeza é uma artista para se acompanhar em 2017.
Para ouvir Crown da Rapsody, é só clicar aqui.
BÔNUS
Marechal – Primeiro de Abril
Sei que o post era pra falar dos melhores álbuns, mas vou colocar uma música lançada em 2016, na minha opinião não foi a melhor desse ano, mas acredito que a mensagem é importante pra quem gosta de Rap.
E que só existe um tipo de MC
O ´foda-se o ego e vamos nos unir`
Dinheiro não tem nada a ver com vencer
Cuidado com isso aí que se não cês faz o plano do FMI