Karol Conká e a importância de saudar Sabotage

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Quando eu tinha uns 10-11 anos eu era viciado na MTV e nessa época o Sabotage aparecia por lá direto, o maestro do Canão me fez olhar para o Rap com outros olhos e hoje a gente pode ver parte da sua contribuição para esse estilo musical no Brasil, arrisco dizer que, talvez ainda não tenhamos a real dimensão da sua herança musical.

Desfecho conforme
Vive o vento se mostra
Respeito pro povo

Ás vezes eu escuto “Rap É Compromisso” e o seu disco póstumo (leia nossa resenha sobre), e a cada escuta, e a cada dia que passa, eu fico com a impressão de que o Mauro Mateus é o tipo de artista que o Brasil mais precisa, tanto dentro quanto fora do Rap. A gente vê dentro do Hip-Hop, uma penca de MC que não assume o compromisso real dentro do movimento, está difícil ver rapper que acredita que “Respeito é Lei”, tá feio.

E também não tenho visto muitos artistas com discurso mais direto nas questões que podem fazer nosso país voltar a ser aquele que a gente não gostava de ver, até tem uns que fazem seu marketing em cima de algumas questões, mas se ficar só na imagem vai atrapalhar demais e não ajudar em nada a longo prazo.

Maracutaia em toda parte, vejo no governo
Tem ACM, Lalau, pra deixar tormento
Tem muito tempo, o pobre pagando veneno

Dia 5 de abril a Karol Conká lançou um remix da música “Cabeça de Nego” e eu fiquei bem feliz de ver uma artista do Rap, que tem grande visibilidade no mainstream lançar algo que saúda o Sabotage. Já que infelizmente não podemos ter esse artista sensacional entre a gente, é bom ver que ainda tem quem queira repassar sua mensagem por aqui. Se o som ficou bom ou não, vai de cada um, eu gostei, mas eu prefiro acreditar que mais gente vai conhecer a obra desse gênio, e mesmo sendo de pouco em pouco, a mensagem do Sabota vai entrando na cabeça de mais pessoas, isso é algo necessário nos tempos de hoje.

Periferia sofre em vida, mas tira um lazer

Nesse ano de 2018 fizeram 15 anos que perdemos este artista, e com certeza foi um golpe muito forte na nossa cultura. Eu vejo muito na internet uns MC`s forçando treta com outros para inflamar o público, tem quem baseie seus trabalhos em dizer que é copiado e tem quem diga que é bem legal ficar drogado e falar que chove buceta no seu dia a dia. Muitos desses artistas tem o público bem jovem, menores de idade, é bem complicado ver que tem artista fazendo sucesso sem ter o compromisso de mudar a cabeça dos jovens com o que realmente importa. E ver a Karol Conká lançando um remix de um rapper que sempre deixou bem claro que viver na imagem de bandido transão (assista o vídeo abaixo) não leva o Rap pra lugar nenhum, é de uma importância tremenda.

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Ainda mais agora que nosso país volta a ter intervenção militar como pauta, e uma vereadora como Marielle Franco é assassinada só por dar a cara para melhorar a situação do Brasil, vivemos em tempos difíceis que exigem as letras do Sabotage na boca da nova escola do Rap, e de quem a sua mensagem puder alcançar.

Que reivindiquei estou aqui porque
Um novo tempo vai poder dizer que, é
Sobre um passado de um tempo presente

Quem produziu a versão original (Instituto), também assina o remix, mas agora com participação do Boss In Drama, e o clipe tá bom demais, foi gravado na favela do Boqueirão e você pode ver o DJ Hadji falando um pouco sobre o Maurinho, tem também a participação do Sabota Jr. e Tamires, filhos de Sabotage, e até do seu amigo Bola.

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Hey Boy, para de pedir Racionais no show do Brown

O Rap Em Movimento encostou no festival Lollapalooza sábadão (24), e óbvio que foi acompanhar o show do soulman Mano Brown. Dos melhores que já vi na vida, mas é uma pena ver que muita gente não se preocupou em enxergar a beleza do momento, por achar que o Brown se baseia apenas em Racionais e vice-versa.

Foi uma satisfação imensa colar em um show de estilo musical que até então eu nunca tinha presenciado ao vivo, e o Mano Brown faz questão que sua apresentação tenha toda essa temática da música funk e soul. Ficou claro desde o início que aquilo não era um show de rap do Racionais MC’s, (se fosse, maravilha também, mas não era), e fica chato pra caralho ficar ouvindo gritos das pessoas pedindo Vida Loka sem que o artista termine de cantar a segunda música.

É chato ver que ainda tem gente que quer basear a carreira de um dos maiores artistas do Brasil, com tanta relevância até mesmo fora do âmbito musical, apenas a um momento da sua carreira, e achar que ele só tem algo a dizer se lançar no palco os sons que não são da sua carreira solo. Vi gente saindo do show quando perceberam que ele não ia cantar Racionais, feio. E o engraçado é que ele cantou “Eu te Proponho”, que é do disco Cores e Valores, do grupo Racionais, mas parece que sequer perceberam esse detalhe, da mesma forma que não repararam que ele falou para respeitar a mulher brasileira nesse momento de transição.

O show foi foda, momento único, vou guardar pra sempre na memória. Mas fico na torcida para que o público saiba dar mais valor as mensagens que os artistas têm para passar, independente do momento que eles passam em sua carreira, o Mano Brown por exemplo, não ficou menos perigoso por estar cantando funk e soul, será que é tão difícil assim ir no seu show e não ouvir Vida Loka?

O curioso caso da geração que consome rap pelo Youtube, mas não vai em shows

No último dia 9 de março o lendário grupo de rap norte americano Bone Thugs N’ Harmony fizeram  show no Espaço Barra Funda. Puta evento não? Apesar de não estar em sua formação completa o grupo carrega um peso enorme dentro do Hip Hop. São 25 fucking anos de história! Os caras cantaram com Tupac! Foram apadrinhados pelo Eazy E, isso já um bom motivo para você ir no show, não? Tá Mariana e o preço? Mano tava 40 golpes! E ai? Economiza quatro “litrão” e vai lá prestigiar os caras. Adivinha o que aconteceu? O evento deu aquela leve “flopada” e a agência começou a liberar vip! Beleza, todo mundo gosta de Vip, mas um evento desses?

Mas os caras são velhos e a nova geração não curte e blá blá blá! Então me fala qual foi o último evento de rap que você foi prestigiar e pagou entrada? Onde estão os seguidores da Pineapple que enchem de visualizações os vídeos do canal e dos react?

A expressividade da internet não condiz com as pessoas que frequentam os eventos de rap. Seja ele qual for! Eu sinto falta de festivais como o Afropunk aqui no Brasil, mas fico pensando se um evento desse porte iria “vingar”. Já tivemos muitos artistas que cancelaram shows no Brasil (em São Paulo), por falta de público. Vocês lembram do Method Man e RedMan? Isso porque eu estou falando só de São Paulo, nem mencionei a falta de eventos de rap em outros estados.

Um dos eventos na cena que sofre com essa incoerência são as batalhas de mc. O organizador e apresentador do Circuito Paulista de Batalhas de Mc (CPBMC), Mamutti 011, comentou sobre esse fenômeno dentro das batalhas “O público das batalhas é exponencialmente maior na internet porque grande parte dele é menor de idade e mal pode sair de casa. Quem dirá para ir a eventos de rua, muitas vezes longe de suas casas, que acabam após as 22h”, explica Mamuti.

O mc também fala como as batalhas na internet acabaram viram um entretenimento, pois acabaram se popularizando por meio dos vídeos e os espectadores acabam se identificando com a faixa etária dos participantes.

“É uma geração muito mais conectada e que usa a internet de forma muito mais visceral… E muitas vezes não dá tanto valor pra “vida real”. Infelizmente. Como tudo na vida o crescimento das batalhas na web tem seu lado bom e seu lado ruim”, conclui o mc.

Hoje, podemos falar, que o maior evento de rap nacional em questão de público é o Duelo Nacional de Mc’s que acontece em Belo Horizonte. O evento gratuito reuniu mais de 30 mil pessoas na edição de 2017.

Sem contar os eventos de graffiti e breaking que são pouco “explorados” pela galera do Hip Hop. Nesses eventos você encontra as pessoas do meio! Eu vejo muita gente comentando, dando discurso e fazendo textão na internet sobre a cultura Hip hop e que abomina os modinhas. E por aí vai. Fala mal do trap. Fala que o boom bap já ta ultrapassado. É que no sul “os caras não sabem fazer rap”. É criticando Raffa Moreira. Mas e ai, já colou em um evento de rap e pagou um preço justo? Ou foi sem reclamar do preço? Já foi em uma rinha de Mc para ver como é a dinâmica? Já saiu do conforto do seu lar para ver um evento de Graffiti ou evento de breaking?

Os caras são artistas e vivem disso. Hoje você vê os caras pechinchando cada vez mais entrada desses eventos. “Aaah mas tem que ter evento de graça também né? Esses lotam” Porra mano, fortalece tua cena! Paga pra ir em show. Vai andar pela tua cidade e valorizar os mc’s, djs, grafiteiros e bboys/bgirls da tua cena.

Não adianta chorar porque o Tyler, The Creator não vem para o Lollapalooza se a cena nem é tão forte assim. Somos fortes em streaming, mas ainda não abrimos a carteira para ir em um show de rap ou ver um evento de dj.

Voltando para a opinião do Mamutti a respeito da idade dos fãs de rap hoje, pode soar como alerta para as agências. Hora de mudar esse eventos. Nos anos 2000 a “nossa geração” era fã de Charlie Brown, Detonautas, CPM 22 e afins. Os shows aconteciam durante o dia. Eram festivais e a cena era muito forte. Hoje em dia o funk consegue se organizar com seu público menor de idade. Por que estamos enfrentando essa dificuldade no rap?  Não adianta sonhar com festivais de rap e não ir nem no showzinho na esquina. 

A nossa cena de rap tá só na internet? Vamos nos movimentar ai?!

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Foto: Marcola – Festa Punga

 

Mude seus Planos lança o clipe da faixa “Gatilhos”

 O single antecede o lançamento do aguardado álbum de estréia da dupla

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Antecedendo o lançamento do álbum de estreia, o duo Mude seus Planos- formado por Plano B e Mud, ambos membros do coletivo Hó Mon Tchain, acaba de soltar o clipe da faixa “Gatilhos”.

Dirigido por Johnny Germano, o vídeo traz uma estética monocromática, crua e nebulosa, aliada as rimas ácidas e sagazes de Plano B e Mud acerca da temática Gatilhos, trazendo um turbilhão de possibilidades metafóricas e transitando entre os “gatilhos de ideias” e a nocividade dos gatilhos que foram e infelizmente ainda serão puxados.

Velhos conhecidos da cena, por conta dos dos elogiados álbuns do Hó Mon Tchain – “Ascensão”, de 2012, e “Assim que Nois Trabalha”, de 2016, Mud e Plano B estão com o álbum “Gatilhos de Brinquedo” já engatilhado para o mês de abril, contando com produção totalmente autoral do próprio produtor/Mc, Felipe Thiago Mud.

Álbuns que você precisa ouvir: It’s Dark and Hell Is Hot

Chegou o grande momento! Um dos álbuns mais polêmicos e aclamados dentro do estilo gangsta rap/ Hip Hop Hardcore. Estamos falando do clássico It’s Dark and Hell Is Hot que foi lançado no dia 19 de maio de 1998 e foi a estreia de Earl Simmons ou DMX!

O álbum que estreou em #1 na Billboard 200 surgiu em um momento chave na cena do rap. Ele veio após o Hip Hop ter perdido dois grandes ícones, Tupac e Big!

O disco foi bem recebido pela crítica. A revista Hip Hop The Source descreveu como “Uma obra capaz de englobar o apelo de uma das novas sensações do rap”.

DMX surgiu na cena cheio de ódio! Conhecido por sua voz áspera e suas imitações de latidos (é minha gente, se esse homem grita cmg eu fico chorando uns três dias), ele colocou toda essa energia em suas letras. It’s Dark and Hell Is Hot foi lançado pela Ruff Ryders Entertainment e a Def Jam Recordings. Com beats sombrios e letras extremamente violentas o álbum reflete a personalidade, nada fácil, de DMX.

Entre as faixas destaques estão os singles “, “Get at Me Dog”, “Stop Being Greedy”, “How’s It Goin’ Down” e “Ruff Ryders Anthem”.

A faixa Crime Story possui o mesmo sample do nosso clássico Diário de um Detendo. A música é Easin’ In do cantor Edwin Starr.

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Uma das faixas do álbum que gera bastante discussão é a “X-Is Coming”. Assustadora, a música começa com uma contagem semelhante a música do Freddy Krueger. Carregada de violência, a faixa levanta polêmicas em diversos meios, pois fala sobre assassinato e estupro. O próprio DMX tinha um “lifestyle” bem polêmico na época, mas podemos falar sobre sua biografia me outra hora. Voltando a música, que é muito utilizada para ilustrar post de “músicas machistas e agressivas”, eu tenho minhas ressalvas. Assim como um autor ou roteirista, uma rapper também conta uma história em suas músicas. Eles constroem narrativas ao longo de seu disco. Então, devemos consumir o álbum como se fosse um filme narrado.

Ouça aqui o álbum completo

 

 

 

Yannick lança o 1º clipe de 2018

Faixa ‘Também Conhecido Como Afro Samurai Remix’ ganha curta-metragem cheio de efeitos e participações especiais

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 O rapper paulistano Yannick Hara lança mais um vídeo de uma das faixas do EP Também Conhecido Como Afro Samurai. Desta vez, a faixa-título versão remix, última música do trabalho, ganhou um clipe cheio de efeitos e participações especiais.

 Gravado em estúdio, o vídeo apresenta os dançarinos Danilo Martins e Dartlita Double-Lock em performances intercaladas com a presença do próprio artista. O cenário alterna as cores azul, vermelha e branca, gerando uma sensação de drama e suspense, como sugere a letra.

 Na concepção da música, Yannick conta com a participação de Dieguito Reis (Vivendo do Ócio) e Petrus (OI Darth Bastard). O remix tem uma pegada trap, com uma roupagem eletrônica e mais pesada do que a original. A faixa apresenta, ainda, novas rimas, que lembram uma apresentação de Freestyle.

 O vídeo é o sexto de uma séria de oito. “Pretendo lançar clipe de todas as faixas do EP até o final de 2018”, explica Yannick. O trabalho é totalmente inspirado no mangá e anime Afro Samurai, cujo o enredo narra a saga de um samurai negro chamado Afro que busca vingar a morte do pai, assinado por Justice.

Drake distribuiu quase 1 milhão de dólares por Miami no vídeo de “God’s Plan”. Confira!

“O orçamento desse vídeo foi de U$ 996.631,90 dólares. Nós demos tudo. Não contem para a gravadora”. Com essa legenda, tem início o incrível vídeo de “God’s Plan”, de Drake, que mostra o rapper ajudando dezenas de pessoas nas mais diversas situações em Miami.

Com direção de Karena Evans, a produção retrata o cantor canadense enquanto ele percorre a cidade americana entregando pacotes de dinheiro a desconhecidos e ajudando a comunidade. Além de Drake, também participa do clipe o jogador da NFL Antonio Brown, que nasceu e foi criado em um bairro carente da cidade.

No vídeo, o atleta dança com seu amigo Drake em um shopping de Miami. “God’s Plan” (https://Drake.lnk.to/SHGodsPlan ) já é um dos maiores hits desse começo de ano. A música, que está há quatro semanas no topo da parada britânica e conseguiu a mesma marca no ranking norte-americano, faz parte do EP Scary Hours, lançado de surpresa em janeiro.

A faixa também estabeleceu um novo recorde de reproduções no Spotify, em 24 horas, ela teve mais de 4.3 milhões de reproduções na plataforma, tornando-se assim a canção com o maior número de reproduções em um só dia no Spotify norte-americano. Antes de Drake e “God’s Plan”, o recorde pertencia a “HUMBLE.”, de Kendrick Lamar. “Scary Hours” é o primeiro lançamento do cantor após a mixtape “More Life”, de 2017.

Você pode ouvir e baixar o EP aqui: https://umusicbrazil.lnk.to/ScaryHours .

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Raphão Alaafin vem como uma rajada em seu primeiro single de 2018

Raphão Alaafin veio pesado nas críticas aos últimos acontecimentos do rap nacional e firme nas críticas sociais.

Ouvir vozes diferentes é um negócio muito importante. Prestar atenção no que está ao seu redor engrandece sua narrativa, te dá potência. É necessário ouvir – e viver – o mundo quando você quer falar sobre ele. Isso é Rap e dá pra entender o que temos em mãos.

Com Impulsivos e Sonhadores, primeiro lançamento de 2018, Raphão chega bem livre e faz até o Guina pedir calma, o papo é simples e direto: não queremos suas desculpas. Em uma pegada freestyle, Raphão tira da estrutura o refrão, mas mantém a repetição com o choro da galera: “desculpa, desculpa, desculpa”. Primeiro lançamento de 2018, o Impulsivos e Sonhadores (ou Desculpas, se preferir) é – com o perdão do carnaval – o abre-alas de um ano que, segundo Raphão, vai ser intenso e interessante.

 

Mude seus Planos com o novo single “Contínuo”.

O duo Mude seus Planos vem com mais uma pedrada, antecedendo o lançamento de seu primeiro EP, o single “Contínuo”.

MUDe seus Planos
Arte do single “Contínuo”.

A faixa trás um lado mais obscuro da vida dos moleque, co um liricismo absurdo. MUD e Plano B, já conhecidos na cena pelos trabalhos pelo Ho Mon Tchain e pelo próprio MUDe seus Planos – além de projetos paralelos do produtor da ZLei, as ideia do som são muito íntimas, com uma carga muito grande de relatos sobre a vida, os dramas e os sonhos de viver e vencer.

“Contínuo” vem pra mostrar mais uma vez a qualidade da dupla, que tá no corre a muito tempo na cena, e que agora, num novo formato, vem mostrando outras ideias e outros caminhos.

O som está disponível no Spotify e Youtube, e fiquem ligados nas redes dos caras, pois ainda em 2018 sai o EP.

 

Rotina

Texto inspirado na música Rotina, do rapper Emicida

​Quarta-feira de futebol quebra bem a semana quando afoga as agonia com vitória do seu time. Mas quando não é assim que decorre a noite, fica bom praquele rito esquisito com a TV no mute.

Dias que acabam mais tarde são bons para criar com o que se tinha em mente. Colocar em ordem as ideias que vieram de repente quando se ouve as conversas dos coletivos, nas moscada de final de rolê, ou lembrando dos sorrisos que a morena dá depois dos beijos roubados, por esses temas saem coisas que normalmente liberam serotonina pra quem escreve, mas pra quem lê, é só um texto.

Mas fica engraçado quando se percebe que toda mente pode ser tarantinesca nesses rituais de criação, lembrar do meme que te fez rir mais cedo pode te puxar para temas mais distintos que te deixam com feição séria, até que você cai em um devaneio denso ao lembrar que seus chegados sentem sua falta, e nenhum deles mora longe. Toda risada e densidade cai na ponta dá caneta.

Essas horas você consegue entender a voz baixa do Angenor de Oliveira em seus registros, a complexidade de Leandro Roque e até mesmo a utopia romântica (e exagerada, mais que a do Cazuza) do Tião Maia, quem cria normalmente o faz no particular, no silêncio, e a quietude que organiza nossa bagunça é sempre intensa demais, baixa, complexa, romântica e exagerada. Mas quando acaba, as costas pesam menos.

Se isso pode libertar, não há melhor hábito pra se virar rotina senão o de colocar no papel os pensamentos que precisam ficar para a posteridade.

Escute a música Rotina: