Em entrevista para o Rap em Movimento o rapper Misael fala que está mais produtivo na quarentena e afirma que o rap é a música do futuro!
Misael acaba de lançar, ao lado de Krawk, sua nova música de trabalho intitulada “Solidão”. Apresentada pela parceria inédita entre as produtoras live station e best produções, a nova faixa traz uma collab entre dois expoentes do trap de Brasília e São Paulo, e conta com produção musical do Beatmaker Blakbone, responsável por alguns dos maiores hits de Krawk.
A nova música chega acompanhada por um videoclipe gravado na luxuosa mansão hype, localizada em um condomínio no Guarujá, no litoral de São Paulo. O vídeo foi dirigido por Mateus Rigola e conta com participação do Youtuber Toguro.
Ouça aqui
Vindo de uma sequência de lançamentos o single “Solidão” é o quinto trabalho do artista nesse período. Para o rapper, a quarentena rendeu vários hits, mostrando que ele tem se mantido altamente produtivo criativamente.
A parceria com o rapper Krawk veio por meio de afinidade entres os artistas. Misael conta o processo da música foi fluindo naturalmente. O público já pode esperar para o próximo mês, dezembro, um single com as Hyperanhas.
Com mais tempo para se dedicar a música nesse período de quarentena, Misael também sente falta dos tempos em que a aglomeração era possível, pois muitas de suas músicas narram o cotidiano da vida noturna.
O artista também fala que cena do rap está mais aberta e as pessoas estão mais receptivas. “O rap está avançando bastante, é a música do futuro temos potencial para bater de frente com os grandes hits, como o Sertanejo”, afirma o artista.
Sobre Misael
Em 2020 Misael comemora 16 anos de uma carreira que teve início por acaso, quando ele tinha apenas 11 anos de idade. Foi acompanhando o irmão, Fabio “Neguim”, nas gravações do grupo Pacificadores, que surgiu a primeira oportunidade de cantar e foi assim que ele estreou no cenário do rap brasiliense, com uma participação ilustre na canção “eu queria mudar”.
De lá para cá Misael vem conquistando cada vez mais espaço nas rádios, televisão e outras mídias nacionais. Em fevereiro de 2019 ele foi uma das atrações do camarote da revista quem, onde se apresentou no dia do desfile das campeãs, no carnaval do rio de janeiro. Em abril, apresentou a canção “Mente Louca” no palco do programa Raul Gil, atingindo um novo público em uma das mais importantes emissoras do país.
Dentre as principais parcerias da carreira estão nomes de peso como o amigo Hungria Hip Hop e o saudoso Mr. Catra.
Para saber mais sobre Misael e ficar por dentro de seus próximos lançamentos, siga @Misael nas redes sociais.
Diferente de todas resenhas e críticas que eu fiz, acho que essa é a primeira que uso elementos de oráculos para construir. Se você é um curioso ou tem afinidade pelo assunto será um passeio interessante por esse trabalho. Caso você não acredite em nada eu te convido para adentrar nessa análise e deixar preconceitos de lado.
É difícil justificar o porquê desse olhar em uma resenha, mas achei interessante fazer esse paralelo com os astros e numerologia. O álbum fala sobre movimento e todo seu andamento é costurado de uma forma evolutiva e reflexiva que soa como uma conversa pessoal de forma expansiva. (rimou)
O álbum nasce com o sol em virgem e em um momento caótico para humanidade onde, ao contrário do título, estamos em uma grande pausa e um Brasil carente de líderes. “Melhor que um líder sábio, é só um povo sábio”, esse trecho da faixa “Pessoas” é a chave que constrói toda essa conversa que Abebe Bikila, ou BK, apresenta no álbum. Em uma entrevista que ele deu para o Uol o artista faz menção a crítica de Mano Brown sobre voltar para a base e ensinar o povo.
O disco começa falando sobre o movimento e responsabilidade que um líder precisa ter e a maneira altruísta que ele deve se comportar de até dar a vida por seu povo. Não por acaso a numerologia do título do álbum é o número 9 que fala sobre altruísmo, fim de ciclos onde desejos são satisfeitos. É cura em forma de escrita. Regido por um planeta em mercúrio, que é mutável, O Líder Em Movimento possui ascendente em touro, signo da terra que fala sobre materialidade, conforto e estabilidade. O primeiro verso, após o refrão, de “Bloco 7” é “Mandamos e trabalhamos” que é outro tema importante trabalhado no disco, mas com um mercúrio em aquário ele mostra seu desprendimento material falando em “Universo” que ele só tem a vida dele.
O projeto é o primeiro que ele assina com seu nome de batismo, Abebe Bikila, que na numerologia é o número 5 que é da responsabilidade e versatilidade. Os aspectos presentes em sua pessoa, segundo o 5, estão ligados a evolução e mudanças, também fala sobre a apreciação dos prazeres mundanos que já ouvimos nos seus trabalhos anteriores. Porém esses prazeres foram deixados de lado nesse álbum e deve ser por isso que a faixa “Amor” que sugeriria um love song é um questionamento sobre lealdade. Um líder precisa ser altruísta! Bk é pisciano* com vários planetas no signo e enxerga o mundo de uma forma mais sensível também lida com as necessidades da carne. O Líder em Movimento é extremamente pessoal e como disse meu amigo, Felipe Adão, tem muito de Damn do Kendrick Lamar e Black On Both Sides do Mos Def. Imagino que deve ter sido difícil conciliar essa conversa pessoal como uma forma de educação. Precisávamos ouvir esse “albo”. Precisávamos dessas palavras e é isso que um líder faz!
Com a vênus em leão na casa 3, o álbum é recebido pelo público com um carinho muito grande pelo trabalho do artista. Essa é a visibilidade que venûs em leão gosta. A mensagem foi lançada para seu povo. O chamado foi feito e que venha o juízo após um ano de grande expurgo. Fechamos essa década com um ano solar! É um fechamento de ciclo que é apontado no número 9. Eu consultei o tarot antes de começar a escrever e as cartas “Juízo”, “Imperador” e “Sacerdote”, que saíram nessa sequência, aponta um caminho para essa construção. De forma literal e muito significativa as cartas conversam com o propósito do Líder em Movimento.O juízo para encerrar e cobrar, o Imperador para liderar e o sacerdote para cuidar do povo.
As últimas faixas, “Pessoas”, “Lugar” e “Universo” narram sobre o pertencimento ao universo pessoal e expansivo que é aquele onde jogamos os nossos desejo. “Universo” não vê bem, não vê mal, ele vê verdades.Por que tu acha que eu não minto?”. Todos esses conhecimentos milenares que apresentei ao longo do texto, tem em sua filosofia o movimento. O nosso conhecimento ancestral foi passado em forma de música. É muito difícil separar a música negra de toda a espiritualidade que ela foi construída. Do jazz ao axé nos conectamos de uma forma espiritual e onde nossa evolução é extremamente pessoal e ao mesmo tempo coletiva.
*Eu fiz um mapa astral sem saber a real hora de nascimento. Como o dia 20 é a virada do signo de Peixes para Áries é possível que tenha uma diferença, mas o mapa todo tem vários planetas em peixes.
Um dos maiores DJs e produtores do Brasil quando o assunto é rap, DJ Cia está em estúdio com o produtor Mahogany Beatz, que já trabalhou com Jay-Z, Mariah Carey e Dr. Dre. Dono de dois Grammy, o norte-americano chegou ao país no começo de março para conhecer a batucada do Carnaval, e acabou se encantando com a batida do funk carioca. “Eu quero dar um toque brasileiro para o meu som, trabalhar com o Cia, porque ele tem muita experiência com música, é uma lenda no Brasil”, disse.
Apresentados por Kiko Latino, da Green & Gold Media LLC e agente internacional de Cia, os dois produtores estão trabalhando em um beat que entrará no próximo lançamento de Mahogany, EP que terá participações de MC Kevin, Luccas Carlos, MC PH & MC IG e Bivolt, entre outros. Além da parceria na produção de uma faixa, Cia é engenheiro de som nas gravações, vai mixar o EP e assinar a produção executiva do álbum junto com Kiko Latino. Perguntado sobre o que esperar dessa união Brasil/EUA, o norte-americano foi direto: “Awesome!” (“Demais!”).
“Estou feliz de estar trabalhando com mais um grande nome da música e ter a oportunidade de ver como anda o mercado lá fora, além de entender melhor o mecanismo dos EUA dentro do segmento. É um intercâmbio muito bom ter ele no meu estúdio e fazer sons juntos”, disse Cia.
Esse é só o primeiro passo da colaboração, que com certeza vem pesada: Cia ainda vai produzir outros beats com Mahogany, que retorna aos Estados Unidos no fim de março mas já está marcando a viagem de volta. “Vim para criar e me inspirar, adorei aqui, a vibeé demais. Estou trabalhando com muita gente, quero ficar e deixar a criatividade rolar. Não tem porque voltar aos EUA”
Mahogany ganhou seu primeiro Grammy em 1999, na categoria de melhor álbum de rap, produzindo ‘Knock Life Vol 2’, de Jay Z. O seu segundo Grammy foi pelo álbum “Emancipation of Mimi”, da cantora Mariah Carey , que levou em 2006 melhor álbum de R&B Contemporâneo. O produtor também gravou com Snoop Dogg e Dr. Dre a música “Bad Intentions”, que é tema do longa “The Wash” (Confusões No Lava-Jato). tem crédito de produção na trilha sonora do filme “8 Mile” e na série “OZ”.
Considerado um dos maiores DJs do Brasil e referência quando o assunto é hip hop e rap, Cia tem em sua história o peso do RZO (Rapaziada da Zona Oeste), grupo que surgiu na periferia da zona oeste de São Paulo e que se tornou um dos mais consagrados no cenário do rap e hip hop. Na música brasileira, transitou por todos os gêneros, trabalhando com nomes como Elza Soares, Chorão (Charlie Brown Jr.), Mano Brown, Daniela Mercury, Ana Carolina, Caetano Veloso e Seu Jorge.
Vencedor de dezenas de prêmios, em 2009 foi eleito o melhor DJ da década e, ao longo dos 30 anos de carreira, já produziu grandes nomes do rap nacional, com destaque para discos como “Cores & Valores”, do Racionais MC’s, “Meu Samba é Assim”, de Marcelo D2 e “Rap é Compromisso”, do Sabotage. Com participação importante no álbum “Do Cóccix até o Pescoço”, de Elza Soares, colaborou com a indicação do disco ao Grammy Latino de 2003.
Em festivais, DJ Cia sempre marcou presença, com destaque para Lollapalooza, PercPan e o Revéillon de Copacabana, além de realizar turnês internacionais em casas de shows na Europa, Austrália, Japão, Chile e Estados Unidos. O artista também já foi convidado para abrir shows e assumir as pick-ups para Wiz Khalifa, Snoop Dogg, Busta Rhymes, Chris Brown, 50 Cent, Ja-Rule, Black Eyed Peas e Akon, entre outros.
Conectado ao mundo da moda, em 2014, Cia lançou uma linha de tênis e bonés numa collab com as marcas Starter e Double-G, sempre com a marca Beatloko, coletivo do qual faz parte.
+ DJ Cia
Vencedor de inúmeros prêmios, entre eles o de melhor DJ de Hip-Hop do Brasil em 1998 e bicampeão em 1999, além de ser considerado o melhor DJ da década em 2009, Jeferson dos Santos Vieira, conhecido artisticamente como DJ Cia, se tornou um dos maiores nomes do cenário musical no país a partir da década de 90, quando passou a integrar o grupo RZO (Rapaziada da Zona Oeste). Atualmente, concilia vários projetos: além de sua atuação no RZO, faz a produção musical de diversos rappers, se apresenta ao lado de Seu Jorge e se dedica à sua carreira solo como DJ. Já participou de festivais como Lollapalooza, PercPan, Festival de Verão de Salvador e o Reveillón de Copacabana. Em turnês internacionais, Cia abriu shows e assumiu as pick-ups para nomes como Wiz Khalifa, Busta Rhymes, Eve, Jeremy, Snoop Dogg, Chris Brown, 50 Cent, entre outros. Como produtor, já assinou produções de Seu Jorge, Ana Carolina, Daniela Mercury, Caetano Veloso, Elza Soares, Racionais MC’s, RZO, e diversos outros nomes. Em 2014, em parceria com as marcas Starter e Double-G, lançou uma linha de bonés e tênis, ambas sob o nome Beatloko.
+Boia Fria Produções
A Boia Fria Produções atua na venda, produção de shows e assessoria de imprensa de artistas e de eventos culturais, além de ser uma editora e selo musical
Antes de começar a falar sobre o show e do que foi o Kendrick Lamar, eu preciso contextualizar umas coisas. Alguns fatos serão importantes para a construção desse texto. Preciso que você guarde algumas palavras chave: rap gangsta, negros com ódio, 80, ‘racismo reverso’ e lugar de fala.
Há umas duas semanas, antes do Lollapalooza, eu tenho ouvido músicas fora do nicho de rap. Quem me conhece sabe que eu escuto muito rap, r&b e também ali na soul music. Resolvi dar uma ‘limpada’ nos ouvidos e ouvir umas brasilidades e tudo mais, isso no intuito de conhecer novos sons.
Na semana do evento eu recebi a confirmação da minha credencial como imprensa e obviamente interrompi meu jejum para ouvi meu Kendrick Lamar e o álbum Gigantes do BK com mais atenção. Foquei em ir apenas domingo. Quis guardar minha energia para esse dia. Depois de duas semanas ouvindo sons mais ‘good vibes’ eu me deparei com flows agressivos e letras fortes. Negros com raiva.
Eu sempre ouvi rap e isso não deveria me chocar, mas me chamou atenção. Eu lembrei de diversas conversas onde pessoas brancas se incomodaram com as piadas do tipo, ‘você não tem que achar nada, você é branco’ e afins… alguns chegaram a insinuar que estavam sofrendo aquele negócio lá bizarro, racismo reverso. Alguns chegam a dizer ‘Mas tem alguns negros que me olham feio quando eu vou em um ambiente só de negros. Alguns até me tratam mal por ser branco’. Nesse momento eu sempre respiro fundo e falo ‘E ta errado?’. Por anos fomos jogados nos porões da sociedade, subjugados, mortos, tivemos nossa cultura ridicularizada e ainda isso acontece. Ainda somos mortos com 111 tiros ou 80, por ‘engano’. E você não vê uma justificativa por essa raiva?
Angela Davis fala em seu livro ‘Mulheres, Raça e Classe’, sobre o mito da mulher negra raivosa. A barraqueira. Negros são colocados como briguentos, perigosos, barraqueiros e qualquer outro estereótipo nesse sentido. Voltando ao Lollapalooza, muita gente estava fazendo a piada de que no show do Kendrick só iria ter branco, isso devido ao preço dos ingressos e isso de fato aconteceu. Alguma surpresa? Não.
Enquanto esperávamos o show do Kendrick começar, uma menina branca – lembrava até aquele meme da barbie fascista -, queria passar pra frente para encontrar o namorado. Já estava muito cheio e mal conseguimos mexer os braços. Mas a menina queria passar e começou a brigar com as pessoas a sua volta, mas todo mundo ficou olhando com a cara de deboche e ainda insinuando que ela nem deveria estar ali, no estilo Tati Quebra Barraco de deboche rsrsrs. Eu pude observar pessoas que pagaram caro para estar ali. Que abriram mão de alguma coisa para poder estar ali, ver Kendrick Lamar no seu auge. Que histórico! Essa garota, claramente não tinha essa ‘vivência’. O que Kendrick representa para ela? Fiquei pensando. Julgando sim, pois sou julgada em vários lugares e ali eu estava prestes a ver um artista negro que veio de um dos bairros mais perigosos dos EUA cantar. Mais cedo eu fui prestigiar o BK e fiquei muito feliz de ver a evolução dele e seu progresso. Dentro da cena nacional isso é uma vitória. Ver negros cantando rap para um festival ‘alternativo’ é lindo.
“Eu quero ser maior que essas muralhas Que eles construíram ao meu redor”, BK Titãs
Ver o BK no mesmo palco que depois iria cantar Kendrick Lamar, me fez lembrar que indicava o álbum dele para os meus amigos. Das resenhas e discussões e ver ele ali foi progresso. Ver toda a sua banca e a Drik e a Juyé também foi incrível! Quero mais rap no Lollapalooza organização. Por favor!
Após toda confusão com a menina branca, logo começou o culto. Sim, foi um culto. Vi meus irmãos e irmãs felizes por estar vendo O Cara em carne e osso. Ele estava ali e nem dava para acreditar direito. Muitos amigos falaram que ficaram um tempo hipnotizados. Que momento. O brilho nos olhos dos negros é a coisa mais linda. Depois de toda euforia, aquele dia tinha acabado. Acordamos na segunda, quem foi para o lolla pelo menos, com a notícia de que uma família foi executada com 80 tiros no Rio de Janeiro. Executada pelo exército da tão pedida ‘intervenção militar” (Nigga, and we hate po-po). Uma família! 80 tiros! Cadê seu racismo reverso? Cadê o seu discurso que negros são raivoso? Onde está? Você não vê famílias brancas serem executadas.
Para fazer esse texto eu juntei toda minha raiva, meu êxtase do show, junto com o meu medo de morrer a qualquer momento. Eu to cansada de explicar para gente branca qual é o seu lugar de fala. Olhem o que aconteceu. Prestem atenção nas letras do Kendrick. Escutem BK. Observe sobre o que eles estão falando? De brancos sendo assassinados por serem brancos? De ego ferido, pois um negro te olhou feio em uma festa com muitos negros? Nós temos raiva de sobra. Todo dia é um dos nossos que morre. Todo dia é uma pessoa nos humilhando. Todo dia somos barrados em estabelecimentos por estar usando capuz ou estar com a mão no bolso, ou por ódio a nós. Todo dia somos mortos pelas costas. Somos mortos por estar com uma furadeira. Ganhamos menos e morremos mais. Dia 7 de abril de 2019 será sempre lembrado por nós, negros. Todos os negros que estavam no show do Kendrick irão lembrar desse momento. O rap nacional irá lembrar do BK ali no palco. Os negros que não puderam ir vão lembrar também e aquela família, de negros, irá sempre lembrar como um dia trágico.
Era para ser apenas uma resenha sobre o melhor show da minha vida, mas não consigo ignorar a dor dos meus irmãos. Toda vitória precisa ser comemorada, como diz Akira Presidente no remix de Correria, mas ainda não conseguimos sair das margens e das estatísticas. Mas como diz o grande sábio, Kung Fu Kenny ‘But if God got us, then we gon’ be alright’!
O rapper Rashid lançou hoje (25) o clipe da canção “Bilhete 2.0”, que traz a participação não só na faixa, mas também agora no vídeo, de Luccas Carlos.
Gravado próximo ao Cantagalo, no Rio de Janeiro, e com direção de Gabriel Camacho, o clipe transita entre os dois personagens com seus respectivos casais, quando acontecem as separações e surge o questionamento: “E como foi e qual vai ser agora?”.
“Esse clipe é especial em vários aspectos, porque ele coroa uma música que não envelhece. Um som feito com muito carinho e cuidado sobre um momento delicado da vida de muita gente, mas que representa uma volta por cima também”, conta Rashid.
Sobre a participação de Luccas: “Ele um grande talento da nova música brasileira, e especificamente sobre o clipe, além do talento do Camacho, preciso ressaltar que nós também tivemos que atacar de atores. Isso foi bem bacana. Acho que vai ser uma experiência diferente para os fãs”, completa.
Com mais de dez anos de carreira no rap nacional, Rashid ultrapassou fronteiras com “Bilhete 2.0” que, com a participação de Luccas Carlos, ultrapassa 32.5MM de streams apenas no Spotify, acumulando 1.4M de ouvintes por mês na plataforma, além de 45MM de streams em seu perfil.
Se você é ligado no universo Hip Hop, o Sons da Rua é o seu lugar! Enriquecimento cultural, promoção de cidadania, batalha de rima e shows são as apostas da terceira edição do festival. O evento promovido pela InHaus Entretenimento, acontece na Arena Corinthians, dia 3 de novembro.
Nesse ano, os destaques são: Emicida, Mano Brown, Rincon Sapiência, DJonga e Alt Niss. O rapper, compositor, produtor e apresentador Thaíde, embaixador do festival, será o mestre de cerimônia dessa edição do Sons da Rua.
Os ingressos já estão à venda, através do site: bit.ly/SonsDaRua.
:: EMICIDA
:: MANO BROWN
:: RINCON SAPIÊNCIA
:: DJONGA
:: ALT NISS
+ ATRAÇÕES (programação completa no site do evento)
Horário: Das 12h às 23h Local: Estacionamento Leste – Arena Corinthians Abertura do local: 12h Endereço: Av. Miguel Ignácio Curi, 111 – Artur Alvim, São Paulo – SP, 08220-000
Público Estimado: 15.000 pessoas Ingresso: PISTA R$50 (inteira) e R$25 (meia-entrada/solidário) / FRONT STAGE R$80 (inteira) e R$40 (meia-entrada/solidário)
Site para venda de ingressos: bit.ly/SonsDaRua Telefone para informações: (11) 94575-3802 Classificação etária: 16 anos
Acesso para pessoas portadores de necessidades especiais e cadeirantes.
A uma semana da eleição, produção traz retrospectiva e propõe reflexão política
“Boca de Lobo”, mais novo lançamento do cantor e compositor Criolo, é uma retrospectiva intensa dos últimos anos na política e sociedade brasileira. A música – assim como seu videoclipe dirigido por Denis Cisma, com direção criativa de Pedro Inoue – denuncia as surreais e catastróficas consequências do abuso de poder em nosso país e toda população.
Com texto ácido e imagens poderosas, Criolo reaparece através do rap em sua mais forte corrente de energia e entrega uma mensagem de reflexão propositiva, não reativa. A ideia é não esquecer o passado, pensando no futuro de maneira responsável e lúcida. “Não esqueçamos das coisas ruins, o que os donos do poder fizeram com a gente. Não vamos esquecer, mas temos que enxergar sem se apegar à raiva ou ao ódio”, diz Criolo sobre o single.
“Estamos passando por momentos fortes, que vão ficar marcados na história. Mas que o desfecho seja para o lado positivo, para o lado de esperança, de amor e de alegria, para a reconciliação e encontro com aquilo que nos traz equilíbrio e serenidade”, completa.
Em “Boca de Lobo”, Criolo canta sobre a produção de Nave em parceria com Daniel Ganjaman. “Com ele (Ganjaman) é uma irmandade de vida, não só musical. Está em tudo aquilo que acreditamos.” A música – que começa com um sample/citação do poeta baiano Waly Salomão – dá a carta de intenções de cara, refletindo sobre o que vivemos atualmente.
A faixa se posiciona politicamente através das ideias de Criolo, expandindo a questão binária da escolha entre o candidato A ou B. Mesmo nesse momento de ansiedade e divisão, é necessário lembrar que as consequências diretas dos escândalos de corrupção (como as malas de dinheiro, o desvio de verba e o sucateamento do sistema público) caem sobre a vida dos mais necessitados.
Feito de forma independente pela Oloko Records em parceira com a produtora Saigon Filmes, o clipe de “Boca de Lobo” é fruto de um trabalho voluntário e colaborativo.
As filmagens foram realizadas no centro de São Paulo e contaram com o elenco de apoio e figurantes de alguns movimentos sociais da capital paulista, como é o caso da Ocupação 9 de Julho, e moradores do Grajaú. Com pós-produção da Clan VFX e sound design da 1927 Audio, a peça coloca em ação os animais da ilustração da arte de capa do single, feita por Luciano Neves.
“Boca de Lobo” é um registro artístico e uma caixa de recordações de tudo que vivenciamos nos últimos anos. A indignação existe e dela a raiva nasce. Se você a sente, você está vivo. Porém, esse sentimento não pode se tornar ódio. Não podemos perpetuar esse discurso, pois o futuro nunca esteve tanto em nossas mãos.
Sexta edição do festival traz um dia a mais de programação, o m-v-f- market day # 1, no dia 28, sexta-feira com foco no mercado audiovisual, industria musical e inovação
Nos dias 28, 29 e 30 de setembro, no MIS SP, acontece o music video festival (m-v-f-), evento que faz da linguagem e do formato audiovisual do videoclipe a sua razão de existir. Ele aposta no clipe como forma de arte e como um exercício audiovisual por excelência. Em seus cinco anos de atuação, o projeto já conquistou público de mais de 30 mil pessoas em uma programação que envolve pocket shows, instalações, talks e experiências em realidade virtual durante dois dias no MIS. A sexta edição do evento conta com a presença de convidados nacionais e internacionais que se dividem entre talks no auditório e pocket shows na área externa, entre outras ativações.
Coroando a programação de 2018, serão nove pocket shows gratuitos ao público, formada por artistas como: 2DE1, YMA e Gabz, que são as apostas do ano, também um show mega especial de Jaloo e Lucas Santtana. Além disso, o evento contempla grande presença feminina e uma consagração da cultura negra, com o projeto paulista de cypher Psicopretas, o rapper mineiro Djonga com participação especial de Karol Conká, além das musas Xênia França e Drik Barbosa. Ainda terão mais algumas surpresas a serem divulgados em breve. A edição desse ano é assinada pelos curadores nacionais Rafael Hysper (Gebäude Cosmo) e Duda Leite, além de curadoria internacional pela dupla americana Flux.
No dia 30, domingo, acontece a esperada cerimônia de premiação do m-v-f- awards 2018, momento em que serão anunciados os vencedores do voto de público e do júri nas categorias melhor direção em videoclipe nacional e internacional e videoclipe revelação, para diretores estreantes, e melhor videoclipe de inovação/animação. Foram mais de 800 trabalhos nacionais e internacionais inscritos neste ano, dos quais foram selecionados 30 finalistas. O júri do m-v-f- awards 2018 é composto pelo diretor Johnny Araújo, a diretora carioca Sabrina Fidalgo e o diretor mexicano radicado em NY, Carlos Lopez Estrada, também convidado internacional do festival, pelo seu trabalho como diretor de clipes de artistas como Thundercat e Watsky, que serão exibidos na tela grande do auditório do MIS. Estrada é também diretor do filme “Ponto Cego” (Blindspotting), filme que abriu o festival de Sundance deste ano e que será exibido em primeira mão no festival, dia 28 de setembro.
Na frente de tecnologia, o m-v-f- disponibiliza ao público a experiência em realidade virtual “Battlescar”, criada pela designer argentina Mercedes Arturo (que também comparece no m-v-f-) e que recria a cena punk rock do final dos anos 1970 de Nova York em uma experiência narrada por Rosario Dawson e dirigida por Nico Casavecchia e Martin Allais. “Battlescar” foi exibido nos festivais de Sundance, Tribeca e Veneza, com excelente repercussão.
O Music Video Festival também promove a estreia de clipes nacionais dos artistas Xênia França, YMA, 2DE1, alguns dos quais resultantes do programa m-v-f- commissions, a frente de co-produção de videoclipes do festival que já resultou em nove trabalhos, estando previstos mais quatro neste ano. O m-v-f- também se empenha em descobrir novos talentos no mercado, e neste ano dá continuidade ao prêmio m-v-f- future talent, em parceria com a Spcine a produtora Planalto, em que quatro jovens talentos assinam a realização de novo clipe do artista Jaloo, que será lançado no dia 29, no contexto do festival.
Neste ano, o festival agrega um dia a mais de programação, 28, sexta-feira, no auditório do MIS, o m-v-f- market day #1, com conteúdos voltados para marcas, realizadores, produtores, criativos e interessados em inovação e conteúdo de ponta relacionado à videoclipes, com talks e demonstração de cases nacionais e internacionais aclamados na área. A programação do dia compreende talks com convidados nacionais e internacionais, das 10h às 19h, seguido de happy hour de networking, além da instalação de realidade virtual “Battlescar”. Diferentemente dos demais dias do festival, que tem entrada gratuita, este dia terá venda de ingresso, através do site https://bit.ly/2OiTx1i, onde também é possível conferir a programação completa do dia.
O Music Video Festival 2018 é uma realização da Cinnamon Comunicação e ProAC, com financiamento do BRDE, FSA e ANCINE, co-patrocínio TNT Energy Drink, apoio cultural MIS SP, Canal Curta TV, Spcine, Secretaria Municipal de Cultura, e os parceiros Budweiser, Goose Island, Jack Daniel’s e VR Gamer.
SOBRE O MUSIC VIDEO FESTIVAL (m-v-f-)
O m-v-f- é um festival multilinguagens internacional anual que trata o videoclipe em seu formato de arte audiovisual. Sua programação abrange exposições/instalações sobre o tema, além de mostras de videoclipes em tela grande, conteúdos audiovisuais inéditos, debates com convidados nacionais e internacionais, premiação, produção de clipes e incentivo a novos talentos. Sempre com olhar apurado para a estética audiovisual, em suas cinco edições, o music video festival já reuniu mais de 30 mil pessoas, premiou 23 videoclipes, recebeu mais de 24 profissionais nacionais e internacionais da área e produziu nove videoclipes profissionais. Mais em www.musicvideofestival.com.br
SERVIÇO MUSIC VIDEO FESTIVAL 2018
Local: MIS – Museu da Imagem e do Som de São Paulo (Av. Europa, 158)
Quem acompanha o Rap com frequência com certeza já escutou em algum som aquele papo real de que o Hip-Hop salva vidas, igual os super heróis que a gente sempre gostou de ver nos desenhos, nos filmes e nas HQ’s.
O Hip-Hop e as Graphic Novels sempre caminharam lado a lado, a quantidade de referências relacionadas a nona arte nas letras dos MC’s é imensa, por vários motivos:
Simples, a maioria dos heróis fazem o bem acima de qualquer coisa para ajudar os menos abastados;
Várias histórias clássicas retratam muito bem como caminha a sociedade em suas respectivas épocas de lançamento e acabam se tornando atemporal, mesmo que não seja de uma forma direta, alguns exemplos são:
V de Vingança
O Último Homem
Watchmen
Vampiro Americano
Guerra Civil
Os lançamentos costumam acompanhar as mudanças no mundo, tanto no âmbito político, quanto no social, exemplos:
Sam Wilson como novo Capitão América, que causou uma polêmica bem idiota pelo fato de uns nerd saudosista demais achar que o personagem perdeu a essência, mas que em contra partida casa muito melhor com o momento político americano atualmente;
Miss Marvel, personagem muçulmana da Marvel tentando se adaptar a vida nos Estados Unidos enquanto é uma heroína.
Os caras simplesmente gostam de ler Histórias em Quadrinhos.
Essa união ficou mais evidente neste ano de 2018 com o aclamado Pantera Negra nos cinemas, que foi o mais politizado do universo cinematográfico da Marvel, e teve a trilha sonora comandada pelo monstrão Kendrick Lamar. Antes disso teve também a série Luke Cage com direito a Wu Tang Clan tocando enquanto o herói metia a porrada nos vilões, já falamos sobre isso antes.
No Rap Nacional também é muito claro que as HQ’s são presentes na vida de vários MC’s, um dos bruxos lendários do Norte (Diomedes Chinaski), tem seu nome artístico inspirado na história O Dobro de Cinco, de Lourenço Mutarelli. Emicida lançou esse ano o som Pantera Negra, que tem referências do primeiro ao último segundo do som, e no trecho mais monstro da música mais monstra de 2015 (Mandume, na minha opinião), a Drik cita Tempestade e a Jean Grey pra dizer que manja das rima, e manja memo, sem falar do Vovô OGI, o Cronista da Cidade Cinza que faz Sampa ser tão intensa no imaginário quanto Gotham City, já falamos sobre isso também, entre outras várias citações.
As releituras do projeto Rap em Quadrinhos do Youtuber Load Comics e do ilustrador Wagner Loud mostram da melhor forma o que representa o Rap Nacional, boa parte das pessoas das gerações dos anos 90 pra cá foram e tem sido salvas pelo Hip-Hop, de forma direta e indireta, e ver Mano Brown, Emicida, Kl Jay e Kamau sendo representados como heróis e o motivo das releituras é fascinante, a maioria faz total sentido. É perceptível nas explicações das ilustrações, a ligação do personagem com o MC.
Tem ainda ilustrações da Negra Li como Tempestade, Black Alien como Dr. Estranho, Karol Conká como Vixen, dentre outros. O projeto promete ser mais grandioso do que aparenta, vai virar exposição, os desenhos serão colocados a venda e com possibilidade de pocket show em algum lugar aonde os desenhos serão expostos (espero que aconteça).
Abaixo algumas das ilustrações que já saíram, para acompanhar o projeto é só seguir do Load Comics e o Wagner Loud no Instagram.
Um álbum de uma mulher para todas as outras! Cíntia Savoli lança nessa sexta, 17 de agosto, o seu álbum Sinestesia. Em seu segundo trabalho a mc fala sobre sua maternidade solo e dificuldades que enfrentou e enfrenta em sua carreira no rap nacional. Suas linhas vem totalmente agressivas, como a vida foi e ainda é para Cíntia mãe, mulher e mc.
CLARA AVERBUCK apresenta:
“Ser mulher nunca foi uma coisa só. Nem duas. Vivemos, por anos, na dicotomia da santa e da puta, da mulher pra casar e da mulher pra fuder. Da mulher “que usa a cabeça” e da mulher que “usa a bunda”. Chega, né? Ser mulher não é uma coisa só e o álbum da Cíntia Savoli aborda várias nuances de sua experiência pessoal: maternidade, a agressividade que dizem que não podemos ter, amor, romance, delicadeza e o cansaço que todas nós sentimos de hora em vez.
Em seu segundo trabalho, ela buscou ter um conceito que permeasse as faixas e isso veio fluindo naturalmente depois que leu “Mulheres que Correm com os Lobos”, que trata justamente de histórias de mulheres selvagens, que habitam ela, habitam a mim e tantas outras. Mais do que uma simples coletânea de arquétipos, é capaz, como as músicas de Cíntia, de trilhar em nós um caminho de através de experiências, cicatrizes e identificação, independente de nossas diferentes trajetórias.
É um álbum feito por uma mulher, claro, mas, diferente do que quer o senso comum, isso não o torna um disco “para mulheres”. É música, afinal, que pode e deve ser apreciada por todo mundo que tem apreço por ideia, beats e melodias, com participações de DaGanja e Celo Dut, produção de Hugo Rodrigues, mix/master do experiente Iky Castilho e direção artística/produção executiva do coletivo MARRA. O rap em seu estado original, com a personalidade que a artista trabalha e carrega em seus 20 anos de carreira.”