De Manaus para o mundo: Victor Xamã

Entrevista via Mova-C

“… Mistério sempre há de pintar por aí…”, já dizia Bethânia e Gal naquele som lindo do Doces Bárbaros. Mas não é que pintou mesmo? Entre tons esotéricos, xamanismo urbano, poesia de rua e beats intensos, está Victor Garcia, 21 anos, mais conhecido como Victor Xamã, diretamente de Manaus, Amazonas.

De dentro para fora, o MC demonstra a forte admiração pelo Xamanismo e Esoterismo. Em 2015, durante a elaboração do álbum “Janela” – seu primeiro Ep solo que também foi lançado no mesmo ano, escute aqui – leu o livro “Xamã Urbano” de Serge Kahili King e se identificou ainda mais com o nome e com os seus significados. “Além de que o nome Xamã representa parcialmente de onde eu vim e representa a minha forma de fazer música, buscando tranquilizar ou questionar com sentimentos sinceros”, explica Victor.

Aos 12 anos começou a ouvir rap, com 14 já explorava o seu talento construindo rimas. Xamã explica que após Davi Dura, seu amigo de infância, ter lhe apresentado à música “Mr. Niterói” de Black Alien, ficou hipnotizado com a construção lírica e rítmica do som. Depois disso, não parou mais.

Observando a cena do hip hop, em especial o rap no Brasil, em grande parte da sua história a visibilidade dos trabalhos eram extremamente menores em relação aos outros gêneros, isso quando não eram representados de uma forma negativa pela mídia. Com os passar dos anos, a chegada da internet veio quebrando barreiras em relação à produção e divulgação de trabalhos independentes da cena.

Hoje é possível ver que isso mudou, porém, ainda assim o eixo Rio de Janeiro – São Paulo é o que concentra boa parte da divulgação e eventos que trazem nomes de grandes e novos grupos de rap no Brasil. Muitas vezes centralizando a indústria deste gênero na região sudeste do país.

Ao ser questionado sobre como é fazer rap em Manaus e sobre a visibilidade dos trabalhos em relação a outros lugares no Brasil, Victor Xamã comenta que é parecido com qualquer outro estado nos dias atuais, mas ressalta que “a cena é em menor proporção e você carrega uma responsabilidade muito grande de representar essa bandeira. Hoje em dia há uma infinidade de grupos e pessoas que trabalham pelo Hip hop na cidade de Manaus e no Norte como um todo, porém isso não tem muita visibilidade no Sudeste e em outros estados mais afastados. Infelizmente, ainda não temos a estrutura que merecíamos ter. Eu tive a sorte ou competência de fazer isso acontecer e estou trabalhando em parceira com o meu grupo Qua$imorto pra elevar ainda mais essa visibilidade.”.

Em 2015, o Spotify lançou o Musical Map: Cities of the World, um mapa interativo que apresenta quais músicas as pessoas escutam em diferentes cidades do mundo. EsteFB_IMG_1471882188154 guia trouxe algumas curiosidades e entre elas o rap é o gênero em que mais apareceu nas playslists dos usuários, independente do idioma e da localidade conforme o site  Tribuna Bahia (confira a matéria aqui).

No Brasil a quantidade de ouvintes é crescente e segundo Victor, a busca por trabalhos inovadores está aumentando o interesse por ouvir novos sotaques e combinações. O
público quer ser surpreendido. Para ele, hoje não importa muito o lugar que veio e sim o que faz e como faz, mas ainda é inquestionável que falta mais apoio e investimento para potencializar o cenário do rap fora do Rio de Janeiro e São Paulo.

 Álbum “Janela” e o grupo Qua$imorto

Confira entrevista com Victor Xamã sobre a construção e produção do seu primeiro trabalho solo que trás nove músicas e entre elas “Eu chorei nas margens do Rio Negro”, “Essa noite eu vou me embriagar com verdade” que conta com a participação de Makasliter e “Dual II” com Qua$imorto e Dalsin. Abaixo, ele também fala sobre o seu grupo, quando surgiu, quem faz parte e tudo mais. Veja:

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Trecho do clipe “Eu chorei nas margens do Rio Negro”, primeira música do Ep “Janela”.

O seu primeiro trabalho solo foi o EP “Janela”, que contou com a produção do Barba Negra, além das participações do Makalister e do Dalsin. Como foi o processo de construção do álbum?

O disco foi escrito em Salvador, gravado em Manaus e lançado em São Paulo. O processo de construção e criação foi algo pouco planejado sem muita pretensão, porém feito com muito carinho e dedicação por mim e por toda a Qua$imorto, ressaltando o Fernando Rabelo (Barba negra) que foi uma peça mais que fundamental na captação e mixagem das músicas em um curto período. As participações foi algo que fluiu de uma maneira muito simples e dando uma acrescentada extraordinária na obra. 

Quanto tempo levou todo processo de produção?

Os instrumentais feitos por mim não posso dizer com exatidão quando nasceram, porém me recordo que em maio de 2015 senti vontade de relatar o que estava acontecendo e concretizar aqueles sentimentos em uma obra física.

Por que “Janela”?

O álbum nasceu quando estava morando em Salvador, longe do conveniente e preso aos vínculos que deixava na minha cidade, Manaus.  A “Janela” significa meu conflito e a minha cura, significa a saudade que se transformou em observação. Parecia que tudo que me cercava era mais visível, a partir daquele momento eu senti a vida em alguns acontecimentos bem simples, observava o mundo pela janela do segundo andar, aprendia que deveria criar asas e não raízes e que aquele era o meu momento.

As suas letras são carregadas de referências, a tua lírica e flow também são bem ímpares. Quais foram as maiores inspirações para construção do EP?  Como foi esse processo?

No momento de escrita do álbum estava ouvindo muito MPB e lendo livros de cunho esotérico, acho que isso ficou bastante claro na atmosfera e construção de algumas músicas, tentei fazer as músicas diferentes, agradáveis e simples.

Se pudesse resumir, o que você queria ressaltar nas composições?
A saudade, a persistência, desejos e prioridades em uma balança gigante e a liberdade poética e lírica.

O seu primeiro contato com música foi com o Rap? Quais músicas inspiram você?

Meu primeiro contato com a música foi o rock progressivo com conhecidos e familiares. Os sons que me expiram bastante são: Jorge ben – Errare Humanum EstPink Floyd – Shine on Crazy DiamondSubsolo – Ninguém Ama os NáufragosSilk Rhodes – PainsXará – Hoje eu sei … São muitos.

Você tem planos para mais trabalhos solos? 

No momento estou focado na construção do disco da Qua$imorto, “Trajados de Preto na Cidade Calorenta e Abafada”. Porém, esse ano ainda sairá alguns singles inéditos com clipes do meu trabalho solo e tenho bastante vontade de trabalhar em um novo álbum.  

Como e quando surgiu a Qua$imorto ?

Qua$imorto foi um amadurecimento de ideias minhas e do Fernando Rabelo que cominou em um grupo de rap com cinco integrantes – Victor Xamã, Fernando Barba Negra, Luiz Caqui, João O Alquimista & Dj Maquinado – . Nossa forma de escrita convida a introspecção mas não se limita a rótulos ou estilos específicos. Qua$imorto surgiu há dois anos e meio, como a continuação do nosso antigo grupo, denominado P8crew. Percebemos que deveríamos amadurecer as ideias e fazer algo com uma nova cara.

O que está escutando atualmente:

Timber Timbre – Hot Dreams

Tim Maia – Racional

Obs: Não deixem de ouvir a Qua$imorto!

Quer conhecer mais sobre o trabalho de Victor Xamã e da Qua$imorto? Acompanhe aqui:

Facebook, YouTube – Victor Xamã

Facebook, YouTube – Qua$imorto

28 anos do álbum Straight Outta Compton

 

O álbum que foi lançado no dia 8 de agosto de 1988 completa hoje 28 anos!

Capa do ábum Straigth outta Compton

O grupo, que teve apenas 5 anos de atividade, foi um dos maiores influenciadores no hip-hop internacional.(confira aqui a matéria que fizemos sobre o N.W.A)

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O álbum colocou Compton no mapa e na história!  Confira o infográfico que o portal The Guardian fez sobre a influência do N.W.A na música;

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Da pra ver que a influência dos caras na música é F***da!!

O álbum sem sombra de dúvidas é um clássico do hip-hop e é parada obrigatória para quem curte gangsta rap. O grupo teve uma influência notória, não só na música, mas também em questões sociais que os negros americanos vivam na época (ainda vivem né..). O grupo ganhou uma cinebiografia no final de 2015 – que leva o nome do álbum, fala um pouco sobre a trajetória do grupo que ficou conhecido como ” O grupo mais perigoso do mundo”.

Ouça aqui o álbum completo

 

O Hip-Hop pelas lentes de B+

O Rap em movimento além de falar sobre as novidades da cena do Rap, entretenimento e dar dicas o blog também traz curiosidades sobre personalidades, que mesmo não estando envolvidas dentro dos quatro elementos do hip hop, são muito importantes para o fortalecimento da cultura! Hoje vamos falar do fotógrafo B+

Brian Cross, mais conhecido no mundo da fotografia como B+ nasceu em Limerick, na Irlanda.Nos anos 90 B+ mudou-se para os Estados Unidos para estudar fotografia no Instituto da Califórnia, em Los Angeles. Logo começou a se envolver com a comunidade Hip-Hop, e desde então tem sido um dos maiores fotógrafos da cena.

Com uma carreira com mais de 20 anos B+ tem um portfólio de fazer inveja, já trabalhou com nomes como Beastie Boys, Ol ‘Dirty Bastard, Eazy-E, Jurassic 5, Company Flow, Blackalicious, Madlib, Blackalicious, The Fugees, Biggie, The Roots, Snoop Dogg, Count Bass D, Quantic, J Rocc entre muitos outros.

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O fotógrafo também foi responsável pela criação de diversas capas de álbuns, com destaque para Q-Tip, Eazy E, Madlib (no disco Shades of Blue, que é um clássico do mestre) e mais notavelmente, J Dilla.

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Aliás, falando de J Dilla, o Brian acompanhou e registrou os últimos meses de vida do gênio de Detroit. Umas das fotos mais clássicas é de Dilla e Madlib escolhendo discos em uma loja da Rua Augusta, em São Paulo, assim como a última foto dele em frente à sua casa, e também em seu funeral, em 2003.

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J Dilla e Madlib

 

Paralelo a fotografia, B+ é um dos responsáveis pelo projeto “BrasiliTime” que fala sobre alguns DJs, bateristas e músicos brasileiros. Veja aqui o documentário.

Abaixo algumas fotos clássicas do cara. E neste link [http://mochilla.com/bplus/] você pode conhecer um pouco mais sobre a história e o trabalho do fotógrafo.

 

Festa INSOUND nos Trilhos

 

 

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INSOUND NOS TRILHOS – Convida WEEDSTOCK e JAMBOX

ATRAÇÃO INTERNACIONAL

RITMO MACHINE – DJ ERIC BOB (CYPRESS HILL)

Nós do Rap em Movimento além de levarmos informações e entretenimento para o público do rap também divulgamos os melhores lugares para você curtir um bom som! Já organizou sua agenda de eventos para agosto? Não!! Então vem com a gente!

No dia 5 de agosto acontece mais uma edição da festa Insound nos Trilhos! Com o objetivo de trazer experiências únicas aos seus frequentadores – seja por meio da música, arte ou moda – a festa INSOUND inova mais uma vez.

Nas últimas edições, a festa roubou a cena fazendo tremer a cobertura do Hotel Maksoud Plaza. Eles também realizaram uma festa de natal Nos Trilhos e inovaram completamente colocando abaixo o Circo Stankowich.

Gorila Food Truck no comando do rango levando o autêntico Jungle Food, como tudo que é bom despenteia Dr Barbas vai estar preparado para dar um tapa na peruca de quem precisar, e se gritar “quem tem sedaaaaa?!”, nossos parceiros da aLeda estarão ligados para te ajudar.
Serão inúmeros sorrisos distribuídos por um cenário unico de nossa capital, NOS TRILHOS, que irá fazer você voltar um século de volta ao passado em meio de suas Marias Fumaças centanárias.

 

Insanis & Agência Fabrik & Weedstock & Jambox & Você = Todomundojunto!

√ Ondas sonoras comandadas por:

ATRAÇÃO INTERNACIONAL

RITMO MACHINE (Eric Bobo Cypress Hill & Latin Bitman)

PISTA INSOUND

Molotov

Dj kokay

PISTA WEEDSTOCK

DJ Kefing

DJ Lucas

PISTA JAMBOX

DJ Luisa Viscardi

DJ Soares

DJ Nedu Lopes

 

INFORMAÇÕES IMPORTANTES:

√ Ingressos ON LINE

Link: http://bit.ly/29TT32d

√ LOCAL DO EVENTO

NOS TRILHOS
Rua Visconde de Parnaíba 1253
Mooca

Mais informações na página oficial do evento!

O Rap em movimento sempre selecionando os melhores eventos que acontecem na cidade de São Paulo para você curtir uma boa música.

Se quiser saber sobre outros eventos que acontecem na cidade entre no site Roda a Cidade!!

 

Rodrigo Ogi no Itaú Cultural

Rodrigo Ogi

Rodrigo Ogi  apresenta ao público as canções de seu segundo disco, Rá. Produzido pelo curitibano Nave, o álbum se comunica com o primeiro trabalho do rapper, Crônicas da Cidade Cinza (2010), na medida em que cada música funciona como um capítulo de um livro. Considerado um dos melhores álbuns de rap brasileiro em 2015, Rá conta ainda com parcerias de peso, como Rael (“Faro de Gol”), Kiko Dinucci e Juçara Marçal (“Correspondente de Guerra”), Thiago França (“Ha Ha Ha”) e Mao (“Estação da Luz”).

O Rap em Movimento estará presente neste evento fazendo uma cobertura especial.

 

Serviço

Dia e horário: Dia 8 de Abril às 20h

Local: Itaú Cultural – Sala Itaú Cultural – Avenida Paulista, 149

Valor: Grátis- Os ingressos serão distribuídos com meia hora de antecedência-.

 

O Rei da Pro.ERA!

Muito se fala do Joey Bada$$ que há alguns anos vem fazendo um grande sucesso na nova cena do rap americano. Mas, muita gente conhecedora e amante do hip hop desconhece um cara que foi crucial para o que o Joey e o Pro.ERA obtiverem o sucesso que eles têm hoje.

 

Courtney Everald “Jamal” Dewar Jr, nasceu em 07 de Julho de 1993, mais conhecido como Capital STEEZ, foi um dos fundadores do coletivo Pro.ERA junto do Joey, CJ Fly  e mais alguns colegas de escola. Ambos queriam fazer um RAP diferente do que estava sendo feito na cidade de Nova Iorque.

Com um flow invejável, uma visão de vida fora dos padrões e um gosto apurado nas produções, STEEZ foi ganhando seu espaço nas rodas de frestyle pelas ruas do Brooklyn, chamando atenção de muita gente, o que levou a ser considerado como um dos Mcs mais promissores de sua época pelos críticos e pessoas ligadas ao movimento underground.

A lírica do STEEZ era totalmente formada por sua visão espiritual inspirada no misticismo, crenças egípcias e outras práticas, bem como criticas ao governo americano e a sociedade atual. Mas esses conceitos ficaram para um próximo post, visto que é um conteúdo vasto e que retrata toa a trajetória, ainda que curta, do rapper.

STEEZ foi encontrado morto na noite do dia 24 de Dezembro de 2012, em uma rua de Manhattan, em Nova Iorque.

As causas ainda são desconhecidas, mas que podem ser analisadas em alguns links e matérias pela internet (Um ótimo material para analisar sua vida, obra e morte é este: https://www.thefader.com/2013/11/26/capital-steez-king-capital/) e também por comentários postados em seus sons no YouTube.

Falando sobre sua vida e obra, STEEZ lançou alguns singles muito bons e teve também ótimas participações nos álbuns de Joey Bada$$ e do coletivo Pro.ERA.

Álbum: AmeriKKKan Korruption

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No ano de 2012, meses antes da sua morte, foi lançado o “AmeriKKKan Korruption” sua primeira mixtape. Na época do lançamento não teve muito reconhecimento da crítica, o que o deixou muito chateado, a ponto de fazer um segundo lançamento da mixtape com a inclusão de algumas músicas, chamada “AmeriKKKan Korruption Reloaded”,

Já no título da mixtape é possível observar o pesado conteúdo do moleque, onde é feita uma alusão do governo americano com a KKK, um grupo de supremacia branca do sul dos EUA.

Com produções de Madlib, MF Doom, Joey Bada$$ e Knxwledge (Putaquepariu!), essa mixtape hoje é aclamada como uma das melhores produções dos últimos anos no cenário underground. Para entender STEEZ, e por consequência AK, é necessário entender sua mente, sua visão de mundo, e sua forte crítica, bem como sua forte influência espiritual.

O rapper tinha uma grande obsessão pelo número 47, que ele acreditava ser um número perfeito, por contemplar coração e mente, como podemos ver na música “47 Elementz”.

Já em “Free the Robots” o cara desenrola toda sua crítica à sociedade de consumo e racista de hoje.

São alguns exemplos da lírica foda que esse moleque tinha, bem como a maturidade como ele falava obre esses assuntos com apenas 19 anos.

Algumas outras músicas me chamam muita atenção por suas letras, como pela produção invejável digna de um bom boom bap de NY, como “Vibe Rating”, “135”, e “Dead Prez”. No RAP Genius é possível ver todas as letras do AK e a análise da galera sobre sua mensagem. Para quem se interessar, tem bastante conteúdo foda.

STEEZ deixou um vazio em seus fãs e uma sensação de perda enorme. E também um pequeno legado de boas músicas e mensagens conscientes para que possamos refletir o mundo que vivemos e a forma que vivemos nossa passagem pela vida.

Está previsto para 2016/2017 o lançamento de seu primeiro álbum póstumo, chamado “King STEEZ”. Esperamos que seja uma homenagem digna do tamanho de seu talento.

Rest in Peace, Steelo!

Minas do Rap: 5 mulheres inspiradoras para o hip hop internacional

O Rap em Movimento traz um especial para mês da Mulher.Listamos 5 mulheres inspiradoras para a cena mundial do hip hop que você deveria conhecer um pouco mais sobre o trabalho delas.

 

  1. Ana Tijoux

Anita ou Ana Tijoux é conhecida por ser engajada nos movimentos sociais latino-americanos, dá voz à luta dos índios Mapuche em suas letras e também ao movimento estudantil do Chile, que tem ganhado cada vez mais força. Além disso, combate o machismo, a violência doméstica e canta pela liberdade dos povos do mundo, ressaltando sempre a coragem dos latino-americanos de não se curvarem ao imperialismo.

 

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Já recebeu os prêmios de “Melhor Artista Revelação” e “Melhor Artista Urbana” no MTV Video Music Awards. Com seu disco 1977 venceu quatro categorias no Gremmy Latino, entre elas “Melhor álbum rock latino” em 2011. E com seu último lançamento, Vengo, em 2014 repetiu o sucesso ao receber o mesmo troféu.

 

  1. Missy Elliott

Dispensa apresentações né?

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Melissa Arnette Elliott, mais conhecida como Missy Elliott é considerada a “primeira-dama da inovação do hip-hop”.

A cantora já compôs para artistas como: Aaliyah, Nelly Furtado e Ciara. Entre seus hits mais famosos estão as músicas The Rain (Supa Dupa Fly), “Hit ‘Em Wit Da Hee“, “Get Ur Freak On“, “One Minute Man“, “Work It” e “Lose Control“.

Influenciada pelo rei do pop, Michael Jackson, e com uma carreira que já dura 17 anos, Elliot tem um número significativo de 24 milhões de CDs vendidos e atualmente é a rapper feminina mais bem sucedida de todos os tempos.

Quem nunca teve vontade de imitar ela dançando?

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  1. Beyoncé

Who run the world ? \õ

 

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Beyoncé Giselle Knowles Carter nasceu em Huston, Texas, nos Estados Unidos, no dia 04 de setembro de 1981.

A Queen Bey é uma cantora, compositora, atriz, dançarina, coreógrafa, arranjadora vocal, produtora, diva master das manas <3

Em 2003, ela lançou seu álbum de estreia em carreira solo, Dangerously in Love. O álbum teve um bom desempenho comercial e os singles “Crazy in Love” e “Baby Boy” alcançaram o primeiro lugar na Billboard Hot 100. No ano seguinte foi premiada com cinco Grammy Awards.

Desde então a carreira da Diva só decolou. Até 2010 Beyoncé possui cinco singles em primeiro lugar na Billboard Hot 100. Ao longo de sua carreira solo ela já vendeu 75 milhões de discos em todo o mundo isso fez dela um dos artistas de música que mais venderam discos de todos os tempos. Se juntar as vendas de discos de Beyoncé e do Destiny’s Child o resultado irá ultrapassar mais de 110 milhões de discos vendidos!

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Os números da carreira de Beyoncé são apenas os resultados que ela vem colhendo de um trabalho impecável. Em seus álbuns sempre está presente a questão do empoderamento feminino e da mulher negra, como em seu novo single “Formation”.

Queen Bey não canta apenas sobre a mulher achar um príncipe encantado ela canta sobre as mulheres dominarem o mundo!!

 

  1. Erykah Badu

Erica Abi Wright nasceu do dia 26 de Fevereiro de 1971, no Texas, Estados Unidos.

A entrada de Erykah Badu no mercado fonográfico foi triunfal, a imagem da cantora com seus turbantes coloridos se espalharam pelo mundo. Ela foi capa de várias revistas, inclusive a Rolling Stone. Sua consagração aconteceu na entrega do Grammy em que ela levou, na categoria R&B, os prêmios de melhor álbum e melhor vocal feminino. A força das apresentações rendeu um disco ao vivo ainda em 1997, Live, com uma mistura de versões de Baduizm e covers em versões ao vivo.

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Nessa época Erykah era constantemente comparada a Billie Holiday e Bessie Smith. A cantora foi uma das responsáveis pela reinvenção da música soul.

Entre seus singles de sucessos estão “You Got Me“, “Bag Lady”, “on & on” “Tyrone” e “Window Seat” (Tem mais gente é que é difícil escolher) <3

 

  1. Lauryn Hill

Não tem como falar de Divas do hip hop internacional e não lembrar da maravilhosa Lauryn Hill.

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Lauryn Noel Hill nasceu em South Orange, New Jersey em maio de 1975. Com um vocal potente, Lauryn fez parte do grupo The Fugees nos anos 1990. Entre as canções mais famosas do grupo está a regravação Killing Me Softly de um sucesso na década de 1970 de Roberta Flack.

Em seu primeiro álbum solo,The Miseducation of Lauryn Hill (1998), a cantora quebrou barreiras para as artistas negras. O disco vendeu mais de 420 000 cópias na primeira semana, ultrapassando o recorde de Madonna, e desde então já vendeu mais de 17 milhões de unidades no mundo inteiro.

Além de abrir as portas da indústria para as mulheres, Hill, abriu para o hip hop. O álbum The Miseducation foi o primeiro disco de hip hop a vencer o Grammy de Álbum do Ano.

Em 1999, ela foi indicada para 10 Grammys e ganhou 5 deles, na época um recorde para uma mulher. Suas cinco estatuetas criaram uma audiência mais ampla para o hip-hop e ajudaram o gênero a conquistar o mainstream.

 

Bônus

Queen Latifah

Obvio que não podia faltar essa mulher maravilhosa. Para quem não sabe antes de ser atriz Queen Latifa começou sua carreira como rapper.

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Nascida Dana Elaine Owens em março de 1970 em Newak, New Jersey a cantora começou sua carreia na música no final dos anos 1980 fazendo beat box.

Queen Latifah deixou sua marca no hip-hop por ter sido uma das primeiras rappers a fazer músicas sobre os problemas que as mulheres negras enfrentavam nos EUA.

A artista também cantou jazz e soul. No ano de 207 ela lançou o álbum “Trav’lin light”, que teve participações de grandes nomes, como Jill Scott, Erykah Badu, Joe Sample, George Duke, Christian McBride e Stevie Wonder.

Queen Latifah é vencedora de um prêmio Grammy e de um Globo de Ouro. Também foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por Chicago.

Fala sério né gente… essa mulher é maravilhosa <3

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Porque eu vou torcer para o Kendrick Lamar no Grammy

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=hqw9ciSmhCE]

O mundo está com o tanque cheio andando a 1000 km/h e não está com cara de que vai desacelerar. Isso é bom em relação à luta de minorias que vem ganhando com muito mais frequência do que anos atrás o seu espaço. Ainda há muito que ser feito, mas já tem sido alguma coisa.

Mas tem gentalha gente assustada com essa velocidade sem freio. São pessoas que são adeptas de pensamentos conservadores que já não tem espaço nos dias de hoje, ou pelo menos não deviam. Muitas delas definem os caminhos do entretenimento, o que tem gerado situações desagradáveis que batem de frente com a luta em favor da representatividade.

A Nicki Minaj ficou de fora das principais categorias do VMA 2015, mesmo tendo sido uma das artistas mais comentadas do ano. Nem mesmo o seu clipe Anaconda concorreu como melhor videoclipe. E diversos atores e atrizes negros fizeram excelentes trabalhos no cinema em Hollywood, nenhum foi indicado ao Oscar em 2016.

Nesse tempo onde fazem abaixo-assinado para Beyoncé pentear o cabelo de sua filha e policiais atiram em adolescentes (negros) desarmados e rendidos, é necessário que algo grandioso seja coroado para bater de frente e nada merece mais do que “To Pimp a Butterfly” de Kendrick Lamar.

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Kendrick mostrou mais uma vez sua genialidade fazendo um álbum 100% atual e atemporal. Em um contexto social ele mostra letras muito inteligentes, com mensagens de luta, volta por cima e autoconhecimento. O disco pode ser usado como uma aula de história, jogando na cara do Tio Sam toda a culpa da situação do seu povo, mostrando que o acontece hoje é consequência de uma sujeira que estava embaixo do tapete ha muito tempo.

O contexto artístico é um tapa na cara de quem faz Rap ruim, mas acha que é gênio, To Pimp a Butterfly entrou na lista de álbuns que todo MC iniciante precisa ouvir para aprender a fazer Hip-Hop da forma mais pura. As faixas estão lotadas de metáforas com muita complexidade e se escutadas na ordem tornam-se uma narração da carreira e vida pessoal de Kendrick. Sem contar o poema recitado em partes no final de algumas músicas, sendo revelado por completo na última canção e também pra quem ele está lendo o poema, simplesmente Tupac Shakur.

Enfim, Kendrick merece ganhar tudo no Grammy, pois lançou um disco que não foi feito nos padrões do mercado atual e ainda sim é genial, e mais o importante, foi lançado no momento mais propício. Um artista importante que vem fazendo um trabalho de extrema importância e merece ser coroado.

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O Grammy acontece no dia 15 de Fevereiro e Kendrick concorre nas categorias:

  • Álbum do Ano – “To Pimp a Butterfly”;
  • Canção do Ano – “Alright”;
  • Melhor perfomance pop em duo ou grupo – “Bad blood”, Taylor Swift com Kendrick Lamar;
  • Melhor gravação dance – “Never catch me,” Flying Lotus com Kendrick Lamar;
  • Melhor performance Rap – “Alright”;
  • Melhor colaboração Rap – “These walls,” com Bilal, Anna Wise & Thundercat;
  • Melhor canção Rap – “Alright”;
  • Melhor álbum de Rap – “To Pimp a Butterfly”;
  • Melhor Clipe – “Alright”;

Álbuns que você precisa ouvir: Envelhecido 13 anos

Falar da cena Underground de São Paulo, e até mesmo do Brasil, sem falar de Espião e Rua de Baixo é quase um sacrilégio.

Para quem não sabe o cara é um dos percussores do RAP alternativo no país e está no corre desde 1993. Quando ainda estava na escola fez suas primeiras letras com seu amigo IC e dentre uma dessas composições surgiu o nome viria a ser aclamado pelo publico do “Hip Hop intergaláctico, alienígena”.

Foto reprodução

O álbum “Envelhecido 13 anos” foi lançado em 2006 de forma totalmente independente no “Porão da Casa do Espião” entre outros estúdios. Considerado mais do que um simples CD o trabalho é uma coletânea de todas as produções do grupo durante 13 anos de carreira. O disco contou com a participação de todos os caras que faziam parte da banca Rhima Rara, como Mzuri Sana, Elo da Corrente, Ascendência Mista, mais participações de Parteum e Zorak, além de, é claro, DJ Duenssa. Ou seja, só peso pesado, que faz dessa coletânea uma das minhas favoritas do RAP Nacional.

O que mais chama atenção no disco é o jogo de palavras com o qual, não só o Espião faz, mas todos os integrantes do álbum.  Em uma fase onde o RAP Nacional era tomado por temas como o crime, drogas, a truculência policial, “Envelhecido 13 anos” trouxe uma nova visão, com uma nova roupagem tanto de produção como nas letras, mostrando que é possível se falar de outros temas sem perder a essência do Hip Hop.
Aliás, essa é uma questão interessante do álbum , onde as letras abordam desde fatos do cotidiano, como em “Pra Você”, como toda a cultura Hip Hop, em especial na faixa “Rastro Mágico”. Outra faixa que mostra toda a facilidade do coletivo com as rimas é “O Tempo”, onde o Espião faz um jogo de palavras sem comparação, com um tema reflexivo sobre morte, vida tempo, como no verso:

 “Na beira do precipício, entre a vida e o suicídio/ Se me empurram é o homicídio, se eu caio é acidente, mas pra morte é indiferente/ Porque o tempo é linear esegue a mesma direção, ela tá lá no fim da linha me esperando com um facão, e disso ninguém tá isento/ Mas meu limite não é a morte, o meu limite é o tempo…”.

Esse álbum marcou uma geração, como marcou uma nova caminhada para a cena paulista e nacional, dando caminho para que outros grupos viessem a representar a cena underground, fazendo uma das mais fortes do país e de onde saíram grandes artistas que levaram o nome da cena independente.

Ouça o álbum aqui: https://www.youtube.com/watch?v=vDCTtyLBpb4

 

Festa Insound Nos Trilhos

Já organizou sua agenda de festas de fim de ano? Que tal participar de uma festa de Natal em um cemitério de trens?

Com o objetivo de trazer experiências únicas aos seus frequentadores – seja por meio da música, arte ou moda – a festa INSOUND inova mais uma vez! Em sua última edição do ano a Insound prepara um especial de Natal.

O local escolhido foi o “Nos Trilhos”, um espaço cercado por TRENS CENTENÁRIOS da ferrovia da cidade. Papai Noel e suas Mamães, Boneco de neve e Duendes no meio de trilhos e vagões de trens históricos. Um cenário totalmente lúdico que fará você ter o Natal mais INSANO da sua vida! E claro com muito hip hop.

A festa conta com os Dj’s da Discopédia – Dj Nyack, Dj Dan Dan e Dj Marco – na pista principal e comandando a outra pista, ou melhor vagão, tem DJ Nuts, DJ Cinara e Dj Eric Jay.

Vai ficar de fora dessa? Para mais informações confira o evento no facebook – https://www.facebook.com/events/200357200303009/203421816663214/

O Rap em movimento sempre selecionando os melhores eventos que acontecem na cidade de São Paulo pra você curtir uma boa música.

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