Porque eu vou torcer para o Kendrick Lamar no Grammy

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O mundo está com o tanque cheio andando a 1000 km/h e não está com cara de que vai desacelerar. Isso é bom em relação à luta de minorias que vem ganhando com muito mais frequência do que anos atrás o seu espaço. Ainda há muito que ser feito, mas já tem sido alguma coisa.

Mas tem gentalha gente assustada com essa velocidade sem freio. São pessoas que são adeptas de pensamentos conservadores que já não tem espaço nos dias de hoje, ou pelo menos não deviam. Muitas delas definem os caminhos do entretenimento, o que tem gerado situações desagradáveis que batem de frente com a luta em favor da representatividade.

A Nicki Minaj ficou de fora das principais categorias do VMA 2015, mesmo tendo sido uma das artistas mais comentadas do ano. Nem mesmo o seu clipe Anaconda concorreu como melhor videoclipe. E diversos atores e atrizes negros fizeram excelentes trabalhos no cinema em Hollywood, nenhum foi indicado ao Oscar em 2016.

Nesse tempo onde fazem abaixo-assinado para Beyoncé pentear o cabelo de sua filha e policiais atiram em adolescentes (negros) desarmados e rendidos, é necessário que algo grandioso seja coroado para bater de frente e nada merece mais do que “To Pimp a Butterfly” de Kendrick Lamar.

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Kendrick mostrou mais uma vez sua genialidade fazendo um álbum 100% atual e atemporal. Em um contexto social ele mostra letras muito inteligentes, com mensagens de luta, volta por cima e autoconhecimento. O disco pode ser usado como uma aula de história, jogando na cara do Tio Sam toda a culpa da situação do seu povo, mostrando que o acontece hoje é consequência de uma sujeira que estava embaixo do tapete ha muito tempo.

O contexto artístico é um tapa na cara de quem faz Rap ruim, mas acha que é gênio, To Pimp a Butterfly entrou na lista de álbuns que todo MC iniciante precisa ouvir para aprender a fazer Hip-Hop da forma mais pura. As faixas estão lotadas de metáforas com muita complexidade e se escutadas na ordem tornam-se uma narração da carreira e vida pessoal de Kendrick. Sem contar o poema recitado em partes no final de algumas músicas, sendo revelado por completo na última canção e também pra quem ele está lendo o poema, simplesmente Tupac Shakur.

Enfim, Kendrick merece ganhar tudo no Grammy, pois lançou um disco que não foi feito nos padrões do mercado atual e ainda sim é genial, e mais o importante, foi lançado no momento mais propício. Um artista importante que vem fazendo um trabalho de extrema importância e merece ser coroado.

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O Grammy acontece no dia 15 de Fevereiro e Kendrick concorre nas categorias:

  • Álbum do Ano – “To Pimp a Butterfly”;
  • Canção do Ano – “Alright”;
  • Melhor perfomance pop em duo ou grupo – “Bad blood”, Taylor Swift com Kendrick Lamar;
  • Melhor gravação dance – “Never catch me,” Flying Lotus com Kendrick Lamar;
  • Melhor performance Rap – “Alright”;
  • Melhor colaboração Rap – “These walls,” com Bilal, Anna Wise & Thundercat;
  • Melhor canção Rap – “Alright”;
  • Melhor álbum de Rap – “To Pimp a Butterfly”;
  • Melhor Clipe – “Alright”;

Álbuns que você precisa ouvir: The Score

O Rap em Movimento faz uma sessão especial de álbuns de rap  que você precisa ouvir antes de morrer

TheScore

Lançado mundialmente em 13 de Fevereiro de 1996 o The Score é o segundo e o último álbum de estúdio do trio Fugees. O álbum apresenta um hip hop alternativo com uma variedade de instrumentos e de samples. The Score foi produzido pelo próprio trio, Lauryn Hill, Wyclef Jean e Pras Michel, e com uma produção adicional de Salaam Remi, John Forté, Diamond D, e Shawn King.

Além dessa sonoridade diferente do que se tocava na época o The Score trouxe um discurso político e se tornou um dos álbuns de Hip Hop mais vendidos da história. O álbum foi número um nas paradas da Billboard 200, e Top R&B/Hip Hop Álbuns (foi o álbum número um na última na parada de fim de ano).

Em outubro de 1997, The Score foi certificado como disco de platina sêxtupla pela Recording Industry Association of America (RIAA). Em 1998, o álbum foi incluído na lista dos 100 melhores álbuns de rap da revista The Source, e em 2003, foi ranqueado o número 477 na lista dos 500 Melhores Álbuns de Todos os Tempos da revista Rolling Stone. Este álbum está na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame.

O single “Killing Me Softly” foi um cover de um clássico dos anos 70, que foi sucesso na voz de Roberta Flack. O cover na voz de Lauryn Hill rendeu ao grupo um Grammy de “Melhor Performance de RnB por Dupla ou Grupo Vocal”. A música mostrou ao mundo toda a potência da voz da Lauryn Hill.

Foto reprodução
Foto reprodução

Os singles “Fu-Gee-La,” e “Ready or Not” também alcançaram notável sucesso nas paradas, e ajudaram o grupo a atingir reconhecimento mundial.

O álbum sem dúvidas foi de grande importância para o hip hop. Falar de R&B e não lembrar Lauryn Hill é quase impossível. Quando você ouve The Score você viajar para outra década. Sem dúvidas é um dos meus favoritos e ouço todas as músicas sem cansar.

 

Ouça o single Ready or Not;