A luz dos astros sobre O Líder em Movimento

Diferente de todas resenhas e críticas que eu fiz, acho que essa é a primeira que uso elementos de oráculos para construir. Se você é um curioso ou tem afinidade pelo assunto será um passeio interessante por esse trabalho. Caso você não acredite em nada eu te convido para adentrar nessa análise e deixar preconceitos de lado. 

É difícil justificar o porquê desse olhar em uma resenha, mas achei interessante fazer esse paralelo com os astros e numerologia. O álbum fala sobre movimento e todo seu andamento é costurado de uma forma evolutiva e reflexiva que soa como uma conversa pessoal de forma expansiva. (rimou)

O álbum nasce com o sol em virgem e em um momento caótico para humanidade onde, ao contrário do título, estamos em uma grande pausa e um Brasil carente de líderes. “Melhor que um líder sábio, é só um povo sábio”, esse trecho da faixa “Pessoas” é a chave que constrói toda essa conversa que Abebe Bikila, ou BK, apresenta no álbum. Em uma entrevista que ele deu para o Uol o artista faz menção a crítica de Mano Brown sobre voltar para a base e ensinar o povo. 

Capa do álbum

O disco começa falando sobre o movimento e responsabilidade que um líder precisa ter e a maneira altruísta que ele deve se comportar de até dar a vida por seu povo. Não por acaso a numerologia do título do álbum é o número 9 que fala sobre altruísmo, fim de ciclos onde desejos são satisfeitos. É cura em forma de escrita. Regido por um planeta em mercúrio, que é mutável, O Líder Em Movimento possui ascendente em touro, signo da terra que fala sobre materialidade, conforto e estabilidade. O primeiro verso, após o refrão, de “Bloco 7” é “Mandamos e trabalhamos” que é outro tema importante trabalhado no disco, mas com um mercúrio em aquário ele mostra seu desprendimento material falando em “Universo” que ele só tem a vida dele. 

O projeto é o primeiro que ele assina com seu nome de batismo, Abebe Bikila, que na numerologia é o número 5 que é da responsabilidade e versatilidade. Os aspectos presentes em sua pessoa, segundo o 5, estão ligados a evolução e mudanças, também fala sobre a apreciação dos prazeres mundanos que já ouvimos nos seus trabalhos anteriores. Porém esses prazeres foram deixados de lado nesse álbum e deve ser por isso que a faixa “Amor” que sugeriria um love song é um questionamento sobre lealdade. Um líder precisa ser altruísta! Bk é pisciano* com vários planetas no signo e enxerga o mundo de uma forma mais sensível também lida com as necessidades da carne. O Líder em Movimento é extremamente pessoal e como disse meu amigo, Felipe Adão, tem muito de Damn do Kendrick Lamar e Black On Both Sides do Mos Def. Imagino que deve ter sido difícil conciliar essa conversa pessoal como uma forma de educação. Precisávamos ouvir esse “albo”. Precisávamos dessas palavras e é isso que um líder faz! 

Com a vênus em leão na casa 3, o álbum é recebido pelo público com um carinho muito grande pelo trabalho do artista. Essa é a visibilidade que venûs em leão gosta. A mensagem foi lançada para seu povo. O chamado foi feito e que venha  o juízo após um ano de  grande expurgo. Fechamos essa década com um ano solar! É um fechamento de ciclo que é apontado no número 9. Eu consultei o tarot antes de começar a escrever e as cartas “Juízo”, “Imperador” e “Sacerdote”, que saíram nessa sequência, aponta um caminho para essa construção. De forma literal e muito significativa as cartas conversam com o propósito do Líder em Movimento.O juízo para encerrar e cobrar, o Imperador para liderar e o sacerdote para cuidar do povo. 

As últimas faixas, “Pessoas”, “Lugar” e “Universo” narram sobre o pertencimento ao universo pessoal e expansivo que é aquele onde jogamos os nossos desejo. “Universo” não vê bem, não vê mal, ele vê verdades.Por que tu acha que eu não minto?”. Todos esses conhecimentos milenares que apresentei ao longo do texto, tem em sua filosofia o movimento. O nosso conhecimento ancestral foi passado em forma de música. É muito difícil separar a música negra de toda a espiritualidade que ela foi construída. Do jazz ao axé nos conectamos de uma forma espiritual e onde nossa evolução é extremamente pessoal e ao mesmo tempo coletiva. 

*Eu fiz um mapa astral sem saber a real hora de nascimento. Como o dia 20 é a virada do signo de Peixes para Áries é possível que tenha uma diferença, mas o mapa todo tem vários planetas em peixes.

Uma (re)conexão Brasil e África em uma noite típica paulistana

A sexta-feira estava chuvosa, mas com temperatura amena, típica das noites de primavera em São Paulo mesmo assim isso não inibiu as que as pessoas chegassem ao Jai Club. O público foi se esquentando ao som do Dj Andi Vanelli que colocou um set de músicas brasileiras para preparar o público para a inundação de brasilidades que estaria por vir.

Fabio Brazza começou o show com a música Uma Brazza, cheia de energia e com um refrão misturado com samba, a marca do rapper, levantou a galera. Brazza depois ‘Hipnotizou’ o público com esse hit. O rapper incendiou aquela noite fria com muita Brazza e muita brasilidade. Com referências de vários estilos da música, o mc caminhou do Oiapoque ao Chuí em uma apresentação.

O show teve dois ápices, o primeiro foi o medley que com os grandes hits do rap nacional. Para abrir essa homenagem o rapper deu uma palinha sobre suas habilidades no cavaquinho e mandou um solo da música “The Next Episode” no cavaco, isso mesmo que você leu, no cavaco!!

Com músicas de cunho político Brazza fez um pequeno discurso sobre a atual situação da cidade de São Paulo para introduzir a música Hey João. A música foi uma premonição sobre os resultados nas urnas. O segundo ápice foi o freestyle onde chamou vários Mc’s para batalhar. Relembrando a época de quando batalhava no Santa Cruz o rapper pediu para o público lançar palavras para os mc’s improvisar. Brazza mostrou todo seu talento e seu flow ligeiro que levou o público ao delírio.

Após essa invasão de rap nacional com muita brasilidade o público, logo após o show de Fábio Brazza, iria ver o continente Africano desembarcar ali com Dois Africanos. Com muitos hits do hip hop internacional misturados com os ritmos africanos o Jai Clube virou uma imensa pista de dança com a música “Lekema”. A energia era visível e contagiante! Big e Izy além de trazer muita música trouxeram as histórias que estavam por trás das músicas.

Levaram toda a energia da mãe África e fez uma reconexão entre os dois continentes ao cantar o hit “Eu sou de lá”. Brazza também foi contagiado pelo ritmo e foi chamado para fazer um freestyle com os Dois Africanos ao som de beat box.

Os rappers, além de levar muita música e dança, contaram um pouco história do continente Africano e de seu país de origem, o Benin. E parafrasearam Emicida dizendo “Gente só é feliz. Quem realmente sabe, que a África não é um país”.

A energia e a mensagem daquela noite no Jai Club irão permanecer na mente e no coração de todos que estavam ali.

Confira as fotos feitas por Raul Ortigoza:

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