Texto inspirado na música Do Jeito, do rapper paulistano Rael.
Janeiro de 2, 0 e 17 e a sensação que se vê por aí é de alívio pelo ano chamado 2016 ter finalmente acabado, como se nesse ano que está começando tudo automaticamente já estivesse zerado e todos podem se permitir começar de novo, mas não pode. Até porque as falhas que a gente tá acumulando de uns anos pra cá não podem ir pra de baixo do tapete.
Boa parte de nós ainda não se permite pensar duas vezes antes de julgar quem perde a aliança na despedida de solteira, como se todos no lugar fizessem diferente no “mim acher”, e os mesmos pouco falam do herói olímpico que também deu mancada, porque ele é isento? O julgamento ainda está muito seletivo.
E no ano passado as manifestações das panelas que usou e abusou do grito contra a corrupção deixou muitas brechas no caráter dos movimentos que não queriam pagar o pato, pois a dancinha serviu pra derrubar a mulher de vermelho mas também serviu Häagen-Dazs e Nutella no avião do senhor casado com a mulher símbolo do conservadorismo, que está com a cara mais fechada do que nunca, veja as promessas de campanha do showman eleito na gringa.
Acompanhe também o trabalho do prefeito da terra da garoa, que não é político, mas não parou de fazer campanha até hoje, parando o trânsito pra pegar papel de bala na 9 de Julho, pintando parede de cinza como se a lata dos “marginais” não fosse revidar em cima da propaganda que é muleta para um senhor que mandou jogar bomba em jovens que só queriam estudar.
E o ódio que não vem de hoje só deixou mais pra frente o crime organizado, que domina cada dia mais as terras tupiniquins e deixando sem cabeça os encarcerados, e na rede social azul muita gente aplaude a matança, e o playboy amante de sorvete já citado nesse texto apenas lava as mãos, como pode ser chamado de acidente algo que é fruto de insistência nos erros, e o pior, como pode ninguém bater panela quando a solução é levantar mais grades?
“Do jeito que as coisas andam”, esse ano não vai ser de renovação, vai ser mais do mesmo com tendência de piorar, e a gente vai deixar pra 2018 (ano de copa e eleição) a solução.
Escute a música “Do Jeito” do Rael: