E o ano lírico realmente chegou? O tão falado e prometido ano lírico veio para o rap nacional. Após o marco do Sulicídio a cena do rap BR teve uma ascensão. Como disse Rincon Sapiência (um dos grandes destaques deste ano), no cypher Poetas no Topo 3.1:
Não pegava um sol e nem transava
Tava longe do barraco e do apê
E na rua a resenha tava bem braba
Seu nome tava numas boca bem paia
Tava pálido, agora já escureceu”
E por falar em poetas no topo, que ano para a Pinapple! Diversos cyphers, acústicos e perfis. E muitas polêmicas também, mas vamos deixar polêmica para o ODB!
Você pode até não se identificar com muitos que estão em destaque na cena, mas tem que concordar que eles estão movimentando bastante o rap nacional.
Voltando para Sulicidio, eu vi que a música já completou um ano! Podemos classificar a cena do rap nacional como “Rap nacional antes de Sulicidio (a.s) e depois de Sulicidio (d.s) ”. Profético? Talvez.
Podemos contar a história do rap nacional a partir desse marco. Depois de tantas diss e tantas promessas de diss. Vieram os reactions e o youtube que vem pagando o almoço de muita gente, frase essa que é do álbum Regina do Nill. Que inclusive está na lista de álbuns do ano.
Antes de chegar nos álbuns do ano e nos destaques eu resolvi fazer essa breve introdução. Nosso rap está se tornando cada vez mais profissional e ganhando mais espaço. Grupos de discussão, labels, cyphers e outras mais produções vem fortalecendo o mercado do rap. Sim, mercado! Já estamos indo para 2018 e não tem o porquê você se escandalizar que um rapper ganha dinheiro com sua música. Pode parecer absurdo esse tipo de pensamento, mas é real.
Mas vamos voltar a falar do Baco, que também entrou na lista do Rap em Movimento como destaque do ano com o álbum Esú. O baiano abriu os olhos do consumidor de rap para outros estados e outras cenas que também são importantes. Vivemos em um país multicultural e o estilo musical mais do que nunca está passando por diversas mudanças. Estamos nos alimentando dos modelos da cena dos EUA, mas dando aquele toque BR.
O que eu espero para 2018 é que o rap nacional venha se desenvolver muito mais e ter mais espaço para abrir um mercado.
Sem mais delongas vamos aos álbuns do ano! Escolhi 7 álbuns nacionais e 7 álbuns da gringa. Por que 7? Números cabalísticos? Talvez rsrsrrs
Os álbuns estão na ordem de sua importância, para essa que vos escreve. Podem haver controvérsias, mas o álbum do Joey entra em primeiro por obter um conteúdo político muito forte e pela evolução visível do artista. Kendrick já está consagrado desde o álbum To Pimp a Butterfly. Inegavelmente o ano de 2017 foi de Kendrick, mas All Amerikkkan Badass tocou na ferida de assuntos atuais e surpreendeu muita gente!
Pensei muito para compor essa trindade, pensei em encaixar o 4:44 várias vezes, mas não poderia tirar o Bada$$ e nem o Kendrick. Mas o Flower Boy é um putaa álbum! Que álbum senhores. Tyler, o criador (para os BR), levantou polêmicas sobre sua sexualidade e nos presenteou com uma obra prima.
Da gringa
- All Amerikkkan Badass – Joey Bada$$
- DAMN – Kendrick Lamar
- Flower Boy – Tyler, The Creator
- 4:44 – Jay Z
- Neva Left – Snopp Dogg
- You Only Live 2wice – Freddie Gibbs
- Culture – Migos
Rincon Sapiência e Baco são os homens do ano para o rap nacional! Sem mais! Nessa trindade entra o álbum sensível do nosso querido cronista, Rodrigo Ogi. Fez até marmanjo chorar! Depois do icônico álbum RÁ!, Ogi veio com essa paulada mostrando todo seu sentimentalismo e maturidade. Um dos grandes destaques da lista também é o álbum do Primeiramente. Lançado no finzinho do ano o trampo está impecável com uns vocais pesadíssimos de NP! Me surpreendi demais com esse lançamento.
Rap BR
- Esú – Baco Exú do Blues
- Galanga Livre – Rincon Sapiência
- Pé no Chão – Rodrigo Ogi
- Heresia – Djonga
- Rimas e Melodias – Rimas e Melodias
- Na Mão do Palhaço – Primeiramente
- Regina – nILL
Cyphers do ano
Vida Real – Correria – Makonnen Tafari – Baco Exu do Blues – Lukas Kintê – Vandal & Ravi
Avuá – Emicida, Rael, Kamau, Coruja BC1, Drik Barbosa e Fióti
Singles destaques