O Rap Em Movimento encostou no festival Lollapalooza sábadão (24), e óbvio que foi acompanhar o show do soulman Mano Brown. Dos melhores que já vi na vida, mas é uma pena ver que muita gente não se preocupou em enxergar a beleza do momento, por achar que o Brown se baseia apenas em Racionais e vice-versa.
Foi uma satisfação imensa colar em um show de estilo musical que até então eu nunca tinha presenciado ao vivo, e o Mano Brown faz questão que sua apresentação tenha toda essa temática da música funk e soul. Ficou claro desde o início que aquilo não era um show de rap do Racionais MC’s, (se fosse, maravilha também, mas não era), e fica chato pra caralho ficar ouvindo gritos das pessoas pedindo Vida Loka sem que o artista termine de cantar a segunda música.
É chato ver que ainda tem gente que quer basear a carreira de um dos maiores artistas do Brasil, com tanta relevância até mesmo fora do âmbito musical, apenas a um momento da sua carreira, e achar que ele só tem algo a dizer se lançar no palco os sons que não são da sua carreira solo. Vi gente saindo do show quando perceberam que ele não ia cantar Racionais, feio. E o engraçado é que ele cantou “Eu te Proponho”, que é do disco Cores e Valores, do grupo Racionais, mas parece que sequer perceberam esse detalhe, da mesma forma que não repararam que ele falou para respeitar a mulher brasileira nesse momento de transição.
O show foi foda, momento único, vou guardar pra sempre na memória. Mas fico na torcida para que o público saiba dar mais valor as mensagens que os artistas têm para passar, independente do momento que eles passam em sua carreira, o Mano Brown por exemplo, não ficou menos perigoso por estar cantando funk e soul, será que é tão difícil assim ir no seu show e não ouvir Vida Loka?