Texto inspirado na música Amores, Vícios e Obsessões, do rapper carioca BK.
De rolê na Mourato Coelho eu tava precisando de um isqueiro, já eram 23h55 e eu vi essa menina bem no naipe Dionne Bromfield, fumando L.A em frente um restaurante que parecia só vender FleurBurguer. Cheguei apressado pra pedir fogo, ela foi mais rápida e me perguntou onde era o Nola, eu sabia e levei ela.
Dessas que gosta de curtir um Rap sem ter que sair dos bairros mais abastados, Patrícia ficou fumando, bebendo e tentando acertar os sons que o DJ tocava, eu acompanhei seu ritmo pra ficar íntimo antes de dar 4h40, consegui, e quando ela declarou cansaço a gente foi pra casa dela, morava sozinha com o ex-namorado que preferia mulher de tromba, agora ela mora sozinha e o resto da noite eu não passei dentro de trem.
No dia seguinte o café da manhã foi sensimilla, misto quente e discussões que ela quer sempre ter razão, e eu que não gosto de estresse matinal-pós-coito deixava a última palavra ser dela, apesar disso tava bom demais aquele começo de domingo, mas como o meu clima de recente término estava assombrando, eu apaguei tudo isso do momento e só quis lembrar dela pelada.
A gente ficou nessa rotina por alguns finais de semana, mas eu me acomodo muito rápido e sem perceber aquilo só ficou convencional pra eu ter fights sem compromisso e toda semana, era isso ou falar de sentimento, eu tava suave, ela cansou e deu fim naquela relação onde os dois queriam tudo mas sem demonstrar nada.
Eu sempre pagando de soldado sem coração fingi que nem liguei e fui embora, ela tem meu Whats, ela que me mande mensagem se mudar de ideia, eu mudei na hora que pisei o pé na rua, mas não volto pra ninguém que pode me magoar um dia, hoje eu não volto pra ninguém. Quando cheguei em casa vasculhei o que eu tinha, a paisagem era lastimável.
O importante é que eu não paguei madeira pra ninguém, né?
Escute a música Amores, Vícios e Obsessões.